FERREIRA, Matheus Silva et al.. O ensino de línguas estrangeiras para alunos surdos.. Anais IV SINALGE... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/27486>. Acesso em: 24/11/2024 22:54
Hodiernamente, percebe-se que a inclusão escolar de alunos surdos deixou de ser apenas uma teoria para tornar-se uma realidade. Contudo, esta realidade ainda é vista como um problema a ser resolvido por um grande quantitativo de professores quando inseridos em ambientes escolares inclusivos. Sabe-se, também, que o mercado de trabalho exige que aqueles que ensejam inserir-se nele, saibam ao menos duas línguas estrangeiras, o que enfatiza o fato de que o inglês não mais uma necessidade, senão uma obrigação. Diante disto e se somando o fato de que é papel da escola formar o cidadão com base nos conhecimentos que são passados por ela, surge a indagação: como, pois, o aluno surdo poderá competir de maneira justa no mercado de trabalho se o ensino-aprendizagem de língua estrangeira não lhe foi fornecido de maneira equivalente aos alunos ouvintes? Noutros termos, estão os alunos surdos fadados ao fracasso linguístico? Acreditamos que não! Posto isto, desejamos evidenciar nesse estudo que os surdos podem aprender tão bem quanto os ouvintes quaisquer línguas estrangeiras, cabendo apenas ao professor usar de uma metodologia que o atenda e supra as suas necessidades. Nosso objetivo, então, é o de evidenciar as capacidades e potencialidades que os alunos surdos têm em aprender uma língua estrangeira, exemplificada aqui no ensino da língua inglesa. Nossa pretensão pela língua inglesa justifica-se pelo fato de que esta é a mais estudada pelos surdos, face às demais. Não obstante, optamos focar apenas em uma pois servirá como uma amostra para as indagações que serão abordadas ao longo deste estudo, logo, optamos subjetivamente pelo pragmatismo. Nossa metodologia seguirá um cunho bibliográfico, de essência qualitativa. Nossa bibliografia está permeada de estudiosos da área da língua de sinais, tais como Gesser, Quadros e Honora, bem como de autores que se dedicam ao ensino de língua inglesa. O resultado dessa soma de saberes bibliográficos, resulta na confirmação de nossas crenças, isto é, na evidenciação de que os surdos são, sim, capazes de aprender quaisquer línguas estrangeiras.