PINTO, Ana Cláudia Soares. . Anais IV SINALGE... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/27686>. Acesso em: 24/11/2024 20:48
A sociedade contemporânea, de uma maneira geral, tem demonstrado grande preferência pela informação visual. Nas práticas sociais de leitura e escrita, observamos que a imagem assume posição de destaque, tudo que nos cerca são imagens e como tal, elas nos comunicam alguma coisa sobre o mundo em que vivemos e a cultura da qual fazemos parte. Essa presença constante da imagem passa a exigir do leitor maior preparo e conhecimento para interagir de modo mais proficiente com essa nova realidade, já que precisamos atribuir sentido a textos constituídos por linguagens variadas. Diante desse contexto, apresentamos, neste trabalho, uma reflexão sobre uma experiência didática com a materialidade visual do gênero charge. Dessa forma, temos como objetivos: (1) Avaliar o desenvolvimento de uma sequência de aulas leitura pela perspectiva multimodal; (2) Ressaltar a importância da consideração dos elementos multimodais para a construção do sentido do texto; e (3) Analisar a criticidade dos alunos a partir da composição visual da charge. Sob a orientação teórico-metodológica da multimodalidade e do contexto visual, representada principalmente pelos trabalhos de Almeida (2008), Bunzen & Mendonça (2013), Kress & Van Leeuwen (1996), Rojo (2012) e Vieira (2007) analisamos trechos de um diário de campo da professora pesquisadora e produções textuais dos alunos visando observar aspectos das atividades realizadas que proporcionam uma visão de leitura respaldada pela multimodalidade. O estudo aponta para o desenvolvimento de uma consciência crítica por parte dos alunos a partir da orientação multimodal de leitura do texto e para a necessidade de se repensar as práticas de sala de aula tendo em vista a consideração de todas as formas de representação presentes na composição do texto que são tão portadoras de significado quanto à linguagem verbal escrita.