A tuberculose (TB) é uma doença crônica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis (Mtb), com altas taxas de morbidade e mortalidade, especialmente nos países em desenvolvimento. As técnicas laboratoriais convencionais utilizadas para o diagnóstico da TB (baciloscopia e cultura) apresentam sensibilidade variada. A baciloscopia, quando executada corretamente, permite detectar de 70 a 80% dos casos de TB pulmonar (TBP) em uma comunidade. Entretanto, tem uma baixa sensibilidade para diagnosticar casos paucibacilares, com seus valores variando de 0 a 40%. Na cultura, método considerado padrão ouro, a sensibilidade varia de 0 a 80%. Além disso, o Mtb tem crescimento lento, podendo requerer até 60 dias para a obtenção de um resultado definitivo. Métodos moleculares vêm sendo desenvolvidos para auxiliar no diagnóstico da TB, por possuírem melhor acurácia. A PCR é a técnica mais utilizada, e detecta sequências nucleotídicas diretamente de amostras clínicas, podendo dar um resultado em poucas horas. A Nested PCR em único tubo (STNPCR) associa duas reações de PCR e tem a vantagem de ter menor risco de contaminação cruzada, pois não é necessária a abertura dos tubos para adição de reagentes. A detecção colorimétrica se baseia na técnica de ELISA para a detecção do produto amplificado pela PCR. Uma sonda específica é previamente fixada na placa, onde o DNA amplificado é colocado posteriormente. A revelação acontece depois da adição de um substrato específico, que reage com a enzima e forma uma coloração, lida em leitor de ELISA. Este trabalho teve como objetivo, definir os parâmetros da STNPCR colorimétrica automatizada em amostras de sangue de pacientes com TB. Foram selecionadas amostras de sangue de pacientes com TB (98 de plasma e 100 de PBMC). O sangue foi coletado e submetido à extração do DNA, para ser feita então a STNPCR, que teve como alvo a sequência de inserção IS6110. Foram usados dois pares de primers: TJ3 e TJ5; OLI 5 e STAN 3. O OLI 5 teve adicionado em sua porção 5’ uma biotina. Os resultados mostraram um limite de detecção do DNA de 10pg/μL em sangue (tanto no plasma como em PBMC). Para as amostras de plasma, o valor do cut off foi definido em 0,110 (S=55,5%; E=80,0%). Já para os PBMC, o cut off foi igual a 0,090 (S=72,3%; E= 54,3%). O valor do índice kappa entre o gel de agarose e a detecção colorimétrica nas amostras de plasma foi 0,026 e nos PBMC foi 0,132 (p