A cúrcuma conhecida cientificamente como Cúrcuma longa L.(Família Zingiberaceae), sendo a mesma considerada antinflamatória, antitumoral, antioxidante, antibacteriana, vasoprotetora, antilipídica, neuroprotetora, como relatado em vários estudos. A revisão aqui proposta se justifica a partir do pressuposto de que a cúrcuma possa agir epigeneticamente no controle de vários processos no organismo. Assim, objetiva analisar as principais vias de ação da cúrcuma na regulação epigenética do organismo. Este estudo se deu através de uma revisão sistemática, baseou-se em artigos científicos das bases de dados da Scielo, LILACS e Pubmed, dos quais foram elegidos 12 trabalhos publicados entre 2011 à 2017 através dos descritores Cúrcuma e Epigenética. Os resultados ao se pesquisar o descritor “Cúrcuma” nas referidas bases de dados encontrou-se 10066 trabalhos, desses 6301 foram publicados entre 2011 e 2017. Utilizando o descritor epigenética ficaram 72 artigos, entre os quais 33 eram textos livres, e desses foi realizada uma seleção, tendo em vista os mecanismos de ação epigenética da cúrcuma no organismo, restando por fim 12 artigos. Os quais relatam que a cúrcuma é um rizoma de cor amarelada, e tem em sua composição química compostos conhecidos como curcuminoides, entre eles o principal é a curcumina, seguida pela desmetoxicurcumina e bisdesmetoxicurcumina, a primeira é um composto polifenol e lipossolúvel com amplo espectro terapêutico . Atua em diversos alvos epigenéticos, as principais vias de ação são: Acetilação/desacetilação das histonas, metilação do DNA e expressão alterada de microRNA . Os referidos mecanismos de ação da cúrcuma possuem diversos alvos epigenéticos, os quais modulam suas propriedades preventivas e curativas. Com mudanças ocorridas nas histonas, pode-se alterar a expressão genética e modificar o risco de câncer, através da histona-desacetilase (HDACs) há inativação de gênica, quanto a histona acetiltransferase (HATs) expressa o gene, ambas são por vezes encontradas no processo patogênico de cancro. Observou-se nos estudos que a curcumina, um dos compostos da cúrcuma, inibiu de forma eficaz a expressão de HDACs e HATs. Isso implica na diminuição de citosinas pró-inflamatórias, que também tem reflexo na diminuição dos níveis de glicose, envolvendo a inibição do Fator Nuclear Kappa Beta (NF-κB), o qual é uma das principais vias de resposta inflamatória, processos tumorais e infecções parasitárias No DNA, a cúrcuma atua nos genes supressores de tumores, que podem resultar no silenciamento da transcrição, bem como pode se ligar ao sulco fenólico menor, e ter potencial anticancerígeno. E quanto aos microRNAs, a curcumina tem influência sobre a expressão dos mesmos e seus alvos, ela pode impossibilitar o desenvolvimento de células de cancro pancreático, e causar a apoptose de células adenocarcinomicas multi-resistentes do pulmão, pelo controle de miRNAs e sua via de sinalização. Percebe-se que a Cúrcuma longa L., tem diversos benefícios terápicos, advindos das suas várias interações epigenéticas, e que existem muitos estudos voltados para esse tipo de análise. Atualmente, muitas pesquisas estão sendo empreendidas na busca de melhor biodisponibiliza-la no organismo, pois ela apresenta baixa biodisponibilidade após a ingesta. Valendo salientar, que utilizada diariamente faz seus efeitos benéficos no organismo.