A palma forrageira (Opuntia fícus indica (L.) é uma cactácea típica de zonas áridas e semiáridas, tratando-se de uma cultura adaptada às condições edafoclimáticas. Estudos apontam que ela ajuda a eliminar as toxinas do álcool e do fumo absorvidas pelo organismo. Possui muitas fibras solúveis e insolúveis, o que colabora para o bom funcionamento do sistema digestivo, além de impedir a concentração de elementos cancerígenos. Também ajuda a metabolizar a gordura do organismo e diminuir a concentração de açúcar no sangue, colaborando assim na redução das taxas de colesterol e no controle da diabetes. A maior área de palma forrageira no Nordeste se concentra no agreste e sertão de Alagoas e Pernambuco, podendo ser usada na alimentação de ruminantes, alimentação humana, produção de medicamentos, cosméticos e corantes, entre outros. Tendo em vista todo potencial nutritivo dessa planta, a introdução desta na alimentação humana pode gerar grandes benefícios para a saúde do indivíduo, pois, além do valor nutricional, sua utilização incute uma forma alternativa de alimentação que simboliza aspectos territoriais e traz o aproveitamento dessas características para garantia de um alimento nutritivo e acessível. A necessidade de incentivo a uma alimentação regional e nutritiva impulsionou a realização de uma oficina culinária de doce de palma com mulheres participantes de um grupo do CRAS do Bujarí, município de Cuité-PB. Assim, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência acerca do desenvolvimento desta oficina, a qual foi desenvolvida durante o Estágio de Nutrição em Saúde Coletiva, no serviço de atenção social e teve como público alvo um grupo de 10 mulheres usuárias do CRAS e residentes da comunidade. A atividade ocorreu em um dos dias de encontro do grupo, onde foi realizado um diálogo para discutir o tema e posteriormente o prato e sua degustação. A preparação resultou em um doce em calda com características semelhantes ao doce de mamão, com aroma e sabor suave característico da palma, o qual teve boa aceitação. Apesar de a palma ser comumente cultivada no Nordeste, tal planta ainda é pouco valorizada, talvez por preconceito ou por não haver alternativas difundidas a respeito do beneficiamento desta. Uma boa alternativa para a industrialização do fruto seria a fabricação de doces, porém o único entrave no consumo desse vegetal na culinária brasileira é a falta de conhecimento da sua utilização para alimentação humana. A realização da oficina aproximou a população para o que vem sendo discutido sobre sustentabilidade e promoção da saúde, além de que foi possível enxergar novas possibilidades de geração de renda. Neste sentido, foi de benefício mútuo entre as participantes desta ação, obtendo-se um resultado positivo quanto à valorização da cultura, adoção de hábitos saudáveis, conhecimento sobre uma alimentação alternativa a partir da utilização da palma e percebeu-se o quanto as mesmas sentiram-se satisfeitas com o aprendizado adquirido. Diante disso, é imprescindível que haja um incentivo para práticas com este objetivo de aproximar o acadêmico com a comunidade, permitindo que haja a formação de um profissional capacitado a atuar nestes espaços coletivos.