A endometriose é caracterizada pela presença de tecidos do endométrio fora da cavidade uterina, tendo causa ainda desconhecida e complexa, embora tenha sido relatada há quase 100 anos. A sua incidência é de 10 a cada 100 mulheres na idade reprodutiva, as quais podem ou não apresentar sintomas. A doença pode, portanto, ocasionar transtornos psicopatológicos tanto por seus sintomas, quanto pelos acometimentos associados a mesma, além de atrapalhar atividades rotineiras, refletindo na má qualidade de vida (QV). A QV, por sua vez, deve ser vista dentro de aspectos biopsicossociais, pois a morbidade trancede o âmbito patológico. Diante disso, torna-se imprescindível a disseminação informativa sobre a endometriose, pois a mesma é comum, porém, a devida atenção ainda não é direcionada a ela. Buscando-se compreender a importância do conhecimento acerca da endometriose, objetiva-se ser meio de informação sobre a questão em debate e alertar sobre os sintomas e fatores associados para uma melhoria na qualidade de vida das pacientes. Foi-se realizada uma revisão bibliográfica de natureza descritiva através de pesquisas no Google Acadêmico, LILACS, SciELO e Pudmed, utilizando-se descritores como: Endometriose; Endometriose e qualidade de vida; Causas da endometriose; Impacto da endometriose. O trabalho foi desenvolvido com base na leitura de 13 estudos, os quais abragem os aspectos que influenciam a QV de mulheres com endometriose. A presente pesquisa enfatiza que a QV concerne aspectos multidisciplinares, psicológicos, sociais, ambientais e físicos, além de fatores genéticos, hormonais e imunológicos. Os resultados registrados são referentes aos pontos mais relatados nas literaturas estudadas, sendo sintetizados em tabela. O maior destaque literal foi a dor pélvica, relatada em 28,12% dos estudos, seguido da depressão (25%) e do nível de escolaridade (18,75%). Em sequência, tem-se os hábitos de vida (12,5%) das pacientes, os quais podem agravar a dor ou ser fator de predisposição para a proliferação inadequada do endométrio. O fator socioeconômico foi citado por 15,62%, tendo relação, também, com o nível de escolaridade, Diante disso, sugere-se que é primordial a capacitação dos profissionais da Atenção Básica (AB), pois a AB é a porta de entrada dos serviços de saúde, para disseminação sobre o tema estudado e como fonte de ajuda às mulheres diagnosticadas com endometriose. Em vista disso, o tratamento não deve ser apenas anatomopatológico, em alguns casos, deve-se instigar a terapia psicológica e/ou alternativa em conjunto aos tratamentos farmacêuticos ou cirúrgicos.