Este trabalho integra uma pesquisa em andamento, cujo objetivo é estudar a relação da travesti idosa com seu corpo. Esse corpo, além de sofrer os efeitos biológicos do envelhecimento, carrega consigo uma carga de preconceitos e estigmatização, impostos social e culturalmente. A pesquisa pretende dar visibilidade a esses corpos renegados à escuridão das esquinas, locais onde são empurrados para a prostituição. Além disso, busca-se observar o corpo travesti como um corpo que mesmo sendo colocado como “desviante”, também envelhece, assim como qualquer outro. Analisar-se-á o fenômeno de masculinização que acontece quando esses corpos encontram-se na velhice como forma de tentar se readequar ao meio social, além de ser uma forma de tentar se inserir no mercado de trabalho, para assim, tornar possível uma “velhice digna”. Dessa forma, se utilizara a etnografia enquanto método para mapear as vivencias de alguns personagens, espacialmente localizadas na cidade de Teresina-PI. Metodologicamente objetiva-se a partir de um estudo descritivo e embasado em uma revisão bibliográfica, verificar e conhecer melhor o estilo de vida das personagens selecionadas. A pesquisa se utilizará do método etnográfico, utilizando para isso o ambiente natural das personagens como fonte de dados, utilizando como pressuposto, o entendimento de que o comportamento das personagens é influenciado por contexto e entender esse enquanto referencial no qual esses indivíduos interpretam pensamentos, sentimentos e emoções, quando ligados ao corpo, sexualidade e envelhecimento.