MORAIS, Ana Karoline Lima De. . Anais COPRECIS... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/31448>. Acesso em: 24/11/2024 20:28
O presente trabalho é fruto de uma pesquisa em andamento que tem como fonte documental o almanaque de farmácia d’A Saude da Mulher, periódico de grande difusão nacional durante o século XX. Uma fonte documental que registra os conhecimentos médicos/científicos construídos nos séculos XVIII e XIX sobre corpo o feminino e os tipos de feminilidades idealizados para este período histórico. Assim, analisamos a construção dos corpos femininos no Alamanque d’A Saude da Mulher na década de 1930, por terem sido criados com um saber próprio, portadores de uma biologia naturalmente patológica. Neste trabalho, desvelamos os discursos difundidos por este periódico sobre o corpo feminino que atravessam questões como a maternidade, a beleza, a sociedade, a família e etc. E, neste sentido, leva-se em consideração o aspecto político em que o gênero foi pensando neste período histórico, onde a nacionalidade, a população eram motivadores para uma política sexista de proteção e medicalização do corpo social. Discursos significados por um projeto de construção de uma unidade nacional, gestada por um corpo feminino saudável, produtora de indivíduos fortes e nutridos. O corpo feminino foi agenciado como ponto chave, sobretudo para gerar indivíduos saudáveis para a nação e manter seguro o corpo social e suas principais instituições. Para isso, nos apoiamos nas reflexões de Michel Foucault sobre saber e poder e sua articulação dentro de uma ordem discursiva que constrói os indivíduos de quem fala , os estudos de Fabíola Rohden a respeito da constituição de uma medicina da mulher no Brasil, assim como as contribuições de Judith Butler para pensar o conceito de gênero e sua fluidez, dentre outros/as autores/as de singular importância.