CRUZ, João Lúcio Mariano et al.. Entre o corpo sutil e a multidão espetacular. Anais V ENLAÇANDO... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/31481>. Acesso em: 09/11/2024 13:50
Mesmo admitindo o gênero enquanto categoria útil de análise histórica, conforme estabelecido por Scott (1995), não podemos perder de vista a perspectiva do vivido e do processo de generificação cotidiana. A partir da defesa da descontinuidade e da ausência de substância que marcam esta identidade performatizada, propomos aqui uma análise do documentário brasileiro Laerte-se, lançado em maio deste ano. Utilizando como metodologia principal a análise fílmica, buscamos compreender qual é o terreno que sustenta o debate atual sobre performances de gênero e corpo. A partir do documentário acreditamos ser possível acessar elementos consistentes para provocar discussões conceituais acerca de constituição de corpos e construção de trajetórias como agências capazes de provocar uma reeducação e um fortalecimento da luta pelos direitos humanos. Com uma abordagem inicialmente lida como suave e profunda, argumentamos que o documentário consegue fazer eco diante da imposição do processo de massificação gerador de multidões sujeitas e que busca o tempo todo a espetacularização.