ALVES, Julia Mayra Duarte. Faz de conta queer.... E-book CONQUEER... Campina Grande: Realize Editora, 2018. p. 346-354. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/40221>. Acesso em: 26/12/2024 22:01
Neste texto discuto como a norma regulatória de gênero vem descaracterizando as brincadeiras na Educação Infantil e limitando as experiências lúdicas das crianças. Partindo de pesquisas que evidenciam os efeitos da norma de gênero nas brincadeiras infantis, argumento que é preciso caracterizar o brincar para analisarmos se intervenções baseadas nos ideais de gênero estão descaracterizando esta atividade visto que mesmo diante da diversidade de conceitos sobre o brincar, há aproximações entre diversas autoras que caracterizam as brincadeiras como manifestações que expressam autenticidade, espontaneidade, incerteza, acaso, liberdade e gosto pela ação. Para isso, apresento inicialmente como as ferramentas teórico-metodológicas foucaultianas: discurso, regimes de verdade, poder-saber e subjetivação se entrelaçam e se tornam ferramentas analíticas interessantes para analisarmos o brincar na sociedade contemporânea. Em seguida, apresento quatro abordagens teóricas sobre o brincar: cultural, psicológica, sociológica e, por último, educacional com o objetivo de caracterizar as brincadeiras. Por fim, contextualizo o movimento queer e sua amplitude epistemológica e concluo que uma educação infantil que defenda o lúdico pode estar bem próxima de uma pedagogia queer porque ambas remam contra a maré das conformações dos corpos as normas. Nesse sentido, aquelas que defendem o brincar na educação infantil, precisam também defender que brincadeira não tem gênero.