DIAS, André Luiz De Freitas. Murilo mendes viajante em convergência. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4176>. Acesso em: 24/11/2024 19:05
Pretendemos analisar Murilo Mendes, a partir da demanda das relações estabelecidas por ele em Convergência (1970), nos modos de representação dos espaços urbanos, que estão intimamente ligadas às maneiras de frequentação dos lugares visitados. Contudo, mais que ilustrar guias de passeio, o risco da carta de navegação colige uma visão de mundo hachurando as zonas fronteiriças da viagem – e das cidades – como gênero crítico-poético. MM ao compor a cidade como micropaisagem, no constante cruzamento entre coisa e nome, monta topografias como lances de objetivas que resignificam espaços – invadidos, no mais das vezes, por espectros do arcaico e do novo. O que torna atraente a cidade – ou coleção de recortes e situações – proposta por Murilo, não é apenas a retomada das paisagens como citação, tampouco uma relação amena com o fetiche, mas antes como percebe tal organização do espaço, traduzido em ambientação do poético. A experiência real/física dos lugares age como visão de mundo construída a partir do texto, texto-mundo, vida-literatura. Visão que pode servir de fio condutor, como guia de leitura e procedimentos, em diferença, do cabedal gerado pelas vanguardas históricas.