O presente trabalho objetiva problematizar o “sexo” enquanto uma variável utilizada em trabalhos que analisam o comportamento linguístico, realizados com base na Sociolinguística (variacionista). Estes estudos são realizados desde o surgimento da disciplina recém citada até os dias atuais, desconsiderando o fato de que a identidade de gênero do falante nada tem a ver com o seu sexo biológico. Este trabalho faz parte do projeto “A língua na diversidade: um estudo sociolinguístico de gays pernambucanos”, que procura observar a diversidade linguística em comunidades formadas pelas consideradas “minorias”, como a comunidade homossexual, por exemplo, cuja descrição dos usos linguísticos não é contemplada nos estudos sociolinguísticos. Fruto desse projeto, a presente pesquisa pretende apontar, a partir do embasamento teórico dos estudos de Tarallo (2007), de Labov (2008) e os estudos de Eckert & McConnel-Ginet (2010), diversas problemáticas que surgem dentro de alguns estudos sociolinguísticos variacionistas, a partir do movimento de resumir os comportamentos linguísticos dos seres humanos, até certo ponto, à sua genitália. Espera-se contribuir para a construção do estudo sobre a heterogeneidade dos usos da língua por uma parcela de falantes do Português, a priori excluída dos estudos tradicionais na linguística, abrangendo comunidades de fala antes marginalizadas e que, a nosso ver, refletem também uma realidade linguística no Brasil, partindo de sua diversidade.