CORREIA, Everton Barbosa. Nativismo e cosmopolitismo em joaquim nabuco. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4279>. Acesso em: 24/11/2024 21:51
Sob qualquer angulação, o perfil de Joaquim Nabuco inspira algum tipo de inquietação, já que não se adequa às determinações do seu tempo e nem do nosso. Entre monarquistas, era partidário da abolição; entre republicanos, manteve-se monarquista; entre diplomatas, partidário da doutrina Monroe. Por mais contraditória que sua figura possa parecer, interessa investiga-la ainda uma vez, já que seu modelo retórico se opunha ao de Rui Barbosa e ao de Castro Alves, simultaneamente. Por isso, é interessante averiguar no seu estilo os traços de uma época que é índice de emancipação social e oscila entre a discriminação da vida brasileira e a celebração da cultura ocidental. Como sua linguagem não se dá em abstrato, ora acompanharemos o seu discurso quando se volta para as particularidades da vida brasileira ou quando encarna o espírito da erudição, de que é parte e cultor. Daí o recorte deste trabalho se voltar para sua apreciação da Revolta Praieira constante nas páginas de Um estadista do império, onde descreve a vida política atuante de seu pai ou quando, nas páginas de Minha Formação, descreve a forjadura de sua sensibilidade, entrelaçada de matrizes europeias e da paisagem que lhe deu recurso, não raro extraída da geografia brasileira, por mais paradoxal que possa parecer.