SILVA, Camilo Rosa. Conjunções opositivas: usos do. Anais II CONBRALE... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/43503>. Acesso em: 24/11/2024 19:13
Este trabalho se insere numa pesquisa mais ampla que investiga a realização de relações opositivas em português brasileiro. Para esta comunicação, detenho-me sobre usos da perífrase só que, em dados coletados no Corpus D&G da cidade do Natal – RN (FURTADO DA CUNHA, 1998). Parto da noção de domínio funcional (GIVÓN, 1984) para analisar a atuação do só que no campo da contrajunção. Considero, também, o sentido de quebra de expectativa, condição pragmática relacionada ao uso do item (LONGHIN, 2003). Assumindo uma perspectiva de que a língua em uso deflagra a emergencialidade da gramática, defendo que o item pode funcionar como conector gramatical, estabelecendo o vínculo que nivela sintaticamente termos ou orações ou, mais discursivamente, como um conector que atinge escopo amplo, cuja oposição parece difusa por partes mais extensas do texto. O contexto, nessa perspectiva, apresenta influência na ativação da função-significado exercida pelos componentes linguísticos. A defesa de que discurso e gramática estão relacionados na construção dos sentidos ativados nas diversas situações de interação é, portanto, o norte do presente trabalho.