RAPOSO, Leila Cunha. Ficção e história em a máquina de fazer espanhóis. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4397>. Acesso em: 24/11/2024 23:02
Objetivamos discutir as relações entre ficção e história presentes em a máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe (2011), observando nesse romance a representação dos contextos salazarista e contemporâneo a partir da narrativa de António Jorge Silva. Trata-se de perceber, no entrecruzamento dos discursos ficcional e histórico, os sentidos problematizadores que essa narrativa memorialística apresenta sobre a realidade social portuguesa, ao considerarmos as questões identitárias nela apresentadas. Esta pesquisa, de cunho eminentemente bibliográfico, fundamenta-se , no que tange à intersecção entre a literatura e a história, nos aportes de Paul Ricouer (2007) e Chartier (2010). Por sua vez, quanto às questões identitárias, a base teórica é em Hall (2005) e Bauman (2005). Ao considerarmos que se trata de uma narrativa de memórias, ainda que ficcionais, também nos apoiamos em Le Goff(1994), Halbwachs (2005) e Sarlo (2007).Como resultados mais relevantes, afirma-se a possibilidade de delinear o contexto histórico do salazarismo nessa ficção de Mãe e, consequentemente, apresentam-se alguns dos desdobramentos do período ditatorial na construção identitária portuguesa e a sua relação com a contemporaneidade em Portugal.