THEOBALD, Pedro. O insólito como modalização discursiva em poe. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4521>. Acesso em: 24/11/2024 21:58
O INSÓLITO COMO MODALIZAÇÃO DISCURSIVA EM POEPedro Theobald (PUCRS)Resumo:“Er lasst sich nicht lesen” (sic): Ele não se deixa ler. Essa observação encontra-se no início do conto “O homem da multidão” (1840), de Edgar Allan Poe, e refere-se, segundo o narrador-personagem, a “um certo livro alemão”. Pretendemos, aqui, observar os processos narrativos por meio dos quais Poe transforma a citação em princípio de trabalho literário e acaba por tornar estranho não só o objeto de sua observação – o homem da multidão – , como também por transformar o seu próprio conto em um texto quase ilegível. O sólito, ou seja, o já conhecido, transforma-se dessa maneira, por meio de trechos narrativos e descrições aparentemente objetivas, nos quais se alternam a observação minuciosa dos detalhes e as omissões e elipses quase imperceptíveis, no insólito, ou desconhecido. A comunicação estende as possibilidades dessa conclusão a outros textos ficcionais aparentemente realistas da literatura do século XIX nas línguas inglesa e alemã.Palavras-chave: texto ficcional, modalização, insólito.