O presente artigo é parte das pesquisas e leituras realizadas durante o período em que buscou-se encontrar práticas pedagógicas inovadoras, a fim de construir a dissertação que deveria ser desenvolvida no âmbito do Mestrado em Ciências da Educação-Inovação Pedagógica da Universidade da Madeira, Portugal. Como aparentou-se difícil de encontrar em escolas regulares algum tipo de inovação pedagógica, passou-se então a buscar em outros modelos educacionais diferenciados uma alternativa que pudesse atender ao objetivo da linha de pesquisa: investigar inovação pedagógica. Nas andanças pelo interior do Estado do Ceará, deparou-se com a terra do povo Tremembé, localizada no município de Itarema, na Praia de Almofala. Localizou-se nessa comunidade indígena uma escola que indiciava uma prática pedagógica fora dos padrões comuns. Com base nos estudos teóricos, partiu-se inicialmente com Manacorda (2010), para traçar um breve relato histórico da educação escolar. Toffler (2001), Kuhn (2009) e outros autores possibilitaram que se compreendesse o paradigma fabril. Assim, com apoio em Fino (2001, 2008, 2011a, 2011b) conseguiu-se estabelecer o elo entre os conceitos para entender e explicar a inovação pedagógica e encontrar na educação escolar indígena os vestígios estudados. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, do tipo etnográfico, com observação participante. Para a coleta de dados, foram utilizados entrevistas, fotografias, documentos, olhares e gestos. Concluiu-se que a escola diferenciada é um lugar de reinvenção da identidade E das práticas culturais indígenas que se sobrepõem ao modelo fabril, configurando uma ruptura com o paradigma atual.