A população brasileira apresenta uma tendência de envelhecimento, e segundo o IBGE, nos últimos 5 anos, demonstrou um crescimento de 18%. O perfil dessas pessoas tende a apresentar maior vulnerabilidade e cronicidade às doenças o que influencia negativamente sua qualidade de vida. O uso de medicamentos é a intervenção mais comum no cuidado à saúde dos idosos, pois permite aumentar a sobrevida e, teoricamente, melhorar a qualidade de vida. Grande parte dos indivíduos idosos está em polifarmácia, que é quando a pessoa utiliza mais de cinco medicamentos. Isso gera diversos riscos, como interações medicamentosas e efeitos adversos. Diante desse cenário, realizou-se o estudo na rede de atenção primária a saúde de Florianópolis, baseando-se nos Critérios de Beers para a detecção de dispensação de medicamentos potencialmente inapropriados em idosos (MPI) presentes na REMUME. Trata-se de um estudo retrospectivo transversal descritivo. A análise expôs que, dos 252.996 medicamentos dispensados para idosos no ano de 2016, 39.035 (15,43%) se encontravam na lista de MPI. Desses 39.035 medicamentos, 40,15% eram da classe dos inibidores de bomba de prótons, representada pelo omeprazol, sendo a classe com maior número de MPI dispensados em 2016. Em segundo, a classe de derivados do ácido propiônico representa 19,46% MPI. Pelo total de MPI encontrados, é nítido a necessidade de se avaliar as listas dos medicamentos disponíveis no sistema único de saúde e estudar possíveis substituições. Dessa forma, o trabalho em questão fornece subsídios para melhorar a atenção a este segmento etário e à sua qualidade de vida.