O concreto é um dos materiais da construção civil mais utilizados no mundo inteiro e pode ser definido como um material homogêneo que é resultado da mistura de cimento, água, agregados miúdos e graúdos, além de aditivos responsáveis por garantir características específicas ao concreto (BATTAGIN, 2009). A execução de forma apropriada do concreto ocorrerá a partir do estudo do seu traço, além de um manuseio correto e da realização adequada da cura, garantindo então uma maior vida útil e um melhor desempenho do concreto na estrutura em que será utilizado. O traço do concreto pode ser definido como a indicação da quantidade de materiais que passarão a constituir o concreto. O traço demonstrará a quantidade de agregado miúdo (areia) e agregado graúdo (brita) em relação a uma unidade de cimento. Um traço de 1:3:5 corresponderá, por exemplo, a uma proporção de 3 partes de areia e 5 partes de brita para 1 parte de cimento. A falta ou excesso de qualquer um dos três elementos do concreto poderá ocasionar o surgimento de diferentes problemas no concreto armado, sendo de extrema importância a indicação correta da quantidade de cada material. O estudo foi realizado no munício paraibano de Araruna, que está inserido na microrregião do Curimataú Oriental. A importância dessa escolha dá-se pela chegada do Campus VIII da Universidade Estadual da Paraíba que proporcionou um relativo crescimento no ramo da construção civil local, que é justificada pelo aumento de procura de moradia provinda dos estudantes e trabalhadores da referida instituição. A preocupação com o traço do concreto é justificada a partir da ideia de que a fabricação do concreto armado na cidade de Araruna é realizada in loco, através de conhecimentos oriundos da experiência vivida pelos trabalhadores locais, que na maioria das vezes não possui auxílio ou conhecimento técnico. Essa fabricação é realizada de modo empírico, sem consulta as prescrições estabelecidas em normas e sem controle estatístico de consistência. Esse artigo possui como objetivo principal caracterizar a necessidade de determinação do traço correto para que se obtenha a resistência ideal para a estrutura em construção e dessa forma venha a se evitar problemas estruturais e patológicos. A metodologia do artigo se deu a partir da verificação da resistência à compressão de corpos de prova de concreto fabricados com os traços calculados corretamente e incorretamente. Os resultados obtidos demonstraram diferenças altamente significativas nas resistências do material, que afetariam diretamente na vida útil e desempenho da estrutura. Enquanto a média das resistências dos corpos de prova com traço calculado de forma incorreta foi de apenas 13,2 Mpa, a média alcançada com o traço correto foi de aproximadamente 25 Mpa. Dessa forma, verifica-se a importância da presença de profissionais qualificados até em obras de pequeno e médio porte para que haja então uma orientação aos trabalhores da construção civil com relação a todos os problemas estruturais e patológicos causados pela perda de resistência do concreto armado fabricados com o traço incorreto.