PEREIRA, NathãLia Daud. Uma proposta de currículo feminista para o ensino básico. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/51674>. Acesso em: 23/11/2024 13:56
UMA PROPOSTA DE CURRÍCULO FEMINISTA PARA O ENSINO BÁSICO Nathália Daud Pereira / n_daud@hotmail.com / Universidade do Estado do Rio de Janeiro Leandro Ricardo Alves / Universidade do Estado do Rio de Janeiro Verônica de Maia Gonçalves Ignácio / Universidade do Estado do Rio de Janeiro Tayná de Oliveira Ribeiro / Universidade do Estado do Rio de Janeiro Paula Catão Grisolia Damaso / Universidade do Estado do Rio de Janeiro Eixo Temático: Políticas educacionais, avaliação e currículo - com ênfase nas novas demandas curriculares para a formação de professores e para a docência no cotidiano das escolas de educação básica. Agência financiadora: CAPES Resumo Pensando o vigente cenário político-social onde o feminismo vem conquistando novos corpos e novas vozes e o papel da escola e do educador de se atualizarem frente às diversas mudanças que ocorrem na sociedade, para então cumprirem a tarefa de auxiliarem na formação dos cidadãos, este trabalho visa apresentar o início de um processo que tem por finalidade trazer à consciência, das normalistas do Instituto de Educação Rangel Pestana (IERP), localizado na Baixada Fluminense, a importância da construção de um currículo feminista para o ensino básico de educação. A elaboração deste projeto surge com base nas pesquisas de Luis Felipe Miguel e Flávia Biroli, a respeito da teoria política feminista, que aponta as articulações dos feminismos como fatores de suma importância para atuais reconfigurações sociais e nas leituras de Paulo Freire, onde a escola e o educador são apresentados como agentes que devem instigar a reflexão crítica dos seus sobre a realidade. Sendo assim, compreende-se a necessidade de ter como preocupação, na formação de educadores do ensino básico, a discussão de questões contemporâneas relevantes como a colocada aqui. A presente proposição está ocorrendo sistematicamente, no IERP, e tem práticas e reflexões artísticas como o seu fio condutor e o entendimento de que, para se alcançar o objetivo fim, o período de desenvolvimento do trabalho dar-se-á a médio prazo. Para tanto, o projeto foi dividido em três fases: onde a primeira destina-se a colocar essas alunas em contato com os conceitos dos feminismos, a importância de seus movimentos e suas reverberações em nosso cenário atual; a segunda, mostrar que, enquanto futuras educadoras inseridas nessa realidade, faz-se necessário que elas não negligenciem a esse contexto ao elaborarem seus planejamentos de aula; e terceira, formular, junto a elas, a aplicabilidade desses conceitos em sala de aula, a partir do que se veio construindo nesse processo e, tendo em mente, as análises de Jean Piaget acerca das fases de apreensão cognitiva na infância. Então, para o início deste trabalho, e concepção da primeira fase, foi proposto a produção de zines. Onde questionou-se o mecanismo capitalista sobre o qual nossas vidas e corpos estão postos, por meio de um massacre de imagens que apresentam padrões estéticos e comportamentais a seguir. A partir da prática de colagens e verbetes para a confecção da atividade, propôs-se repensar as representações padronizadas dos anúncios publicitários. De maneira a fazê-las enxergar seus corpos enquanto potência, na possibilidade de torná-los autônomos desse mecanismo capitalista, e a relação desse processo com os movimentos feministas e a atualidade. A utilização das técnicas de colagem tiveram como foco fazer as participantes pensarem na diversidade de corpos existentes, ao passo que são expostas às problematizações de gênero. Mas para tanto, lhes foram apresentadas a prática da atividade, sua história e possibilidades. Posteriormente, o zine, também com suas práticas, história e possibilidades foram mostrados. Em seguida, e finalizando o conteúdo prático desta primeira fase, foram visibilizadas artistas mulheres, como por exemplo a LoveLove6, que se apropriam de colagens e zines para confeccionarem narrativas que contêm suas vivências trazendo a emancipação feminina como protagonista. O material disposto às participantes para a feitura da proposta é uma variedade de revistas, lápis, linhas e folhas, tesouras, estiletes, colas, borrachas, compassos, agulhas, réguas etc. Ao término desse momento, uma oficina de verbetes foi iniciada. Buscando capturar o que elas entendem pelas palavras e termos que envolvem os feminismos e as questões de gênero, dando margem para o prosseguimento da exploração da temática e desconstrução de alguns mitos. Objetiva-se, a partir dessas provocações, que ao término dessa construção as alunas desenvolvam um senso crítico mais aguçado no que diz respeito às questões de gênero e a importância destes levantamentos para o pensar a escola e o papel do educador. Tendo como referência esses contatos iniciais, pode-se perceber que as reflexões acerca do tema, de fato, careciam de mais atenção por parte desse público, que também se mostra interessado em explorá-lo. As demais fases seguem em andamento no momento da preparação do presente resumo, pois o acesso ao IERP, por parte dos bolsistas responsáveis pelo trabalho, se deu a partir de suas respectivas inserções no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) iniciado no segundo semestre de 2018, sob a coordenação dos professores Aldo Victório Filho e Isabel Almeida Carneiro. Palavras-chave: currículo, feminismo, educação básica, arte. Referências BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2007. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas a outros escritos. São Paulo: UNESP, 2000. GOLDENBERG, Mirian. O Corpo como Capital: estudos sobre gênero, sexualidade e moda na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Estação das Letras, 2007. MASSON, Gabriela. Site da artista. Disponível em