DIVERSIDADE E COMPREENSÃO DO LUGAR: PIBID-GEOGRAFIA NA ESCOLA MUNICIPAL IVONE VIEIRA LIMA
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Agência Financiadora: CAPES Resumo Ações relacionadas à formação do licenciando em geografia que busquem valorizar as culturas populares e os movimentos sociais junto à comunidade na qual a escola está inserida, são uma iniciativa imprescindível para a construção de saberes que despertem o senso crítico e o dever cidadão nos indivíduos que se relacionam com o processo de ensino e aprendizagem. Algumas dessas ações já estão sendo colocadas em prática através do subprojeto Pibid Geografia/UFBA em escolas da rede municipal e estadual de ensino, na cidade do Salvador/BA. As abordagens do conteúdo geográfico considera os diferentes elementos constituintes da realidade escolar como a cultura e a realidade socioeconômica, sempre em uma relação multiescalar. A partir disso, é possível compreender melhor a complexidade da dinâmica que se materializa em sala de aula, através do contato dos estudantes com a educação geográfica e as transformações promovidas pela mesma; reverberando, de certa forma, como uma esperança de mudança construtiva da realidade local. O que pode repercutir na vida dos estudantes e de outros moradores das comunidades atendidas pela escola, por meio do respeito, colaboração e cidadania. As ações em questão estão sendo desenvolvidas no Colégio Ivone Vieira Lima, uma escola pública estatal, de administração municipal e de ensino fundamental II. Está localizada em São João do Cabrito, Bairro de Plataforma, no subúrbio ferroviário da cidade de Salvador, BA. A Instituição enfrenta dificuldades comuns às encontradas na maioria das escolas de educação básica, oferecidas gratuitamente pelo governo brasileiro. Diversos intelectuais acadêmicos da área de educação apontam para a existência uma crise multidimensional no modelo educacional estatal brasileiro, que vem desde o período de colonização do país até os dias atuais. Patto (2007), denuncia claramente a precariedade na educação oferecida para as crianças de classe popular, fator que prejudica até o uso das linguagens básicas para a compreensão de conteúdos escolares. Bello (2001) Defende que o problema educacional brasileiro como um todo, está ligado a uma sucessão de rupturas nos projetos de educação promovidos pelo Estado desde o período colonial brasileiro. Libâneo (2016) defende que contemporaneamente existe um desfiguramento da escola pública brasileira, resultado de uma série de processos históricos, culturais e de ordem econômica que se relacionaram intrinsecamente com a maneira como as políticas de educação foram conduzidas nos últimos anos no Brasil. Diante desses elementos, é preciso ter ciência de que a escola em que o trabalho está sendo realizado se enquadra no modelo de educação pública que apresenta grandes dificuldades para um funcionamento qualitativamente positivo. Através de um diagnóstico escolar multidisciplinar, sobre os alunos, realizado pela própria administração da escola municipal Ivone Vieira Lima, no começo do ano letivo de 2018, e, posteriormente disponibilizado para os bolsistas do subprojeto Pibid geografia da Universidade Federal da Bahia, foi constatado que em maioria os alunos apresentavam dificuldades com a escrita, leitura, interpretação de texto, orientação espacial, mapas e tabelas. Esses são dados recorrentes nas denúncias midiáticas sobre a educação pública brasileira. Porém, mesmo com tantas problemáticas, cabe a todos os profissionais envolvidos com o processo de educação escolar, o compromisso ativo em buscar soluções que perpassem as dificuldades impostas nas diversas escalas do sistema educacional brasileiro, promovendo relações de respeito e cooperação entre os indivíduos, dentro e fora da escola. Nesse sentido, é necessário compreender o contexto espacial em que a escola está inserida. Para Santos (2006) o lugar é uma materialização concreta das ações humanas em determinado ponto da superfície terrestre. Levando em conta essa materialização de ações humanas, o estudo do meio será um dos eixos a serem abordados pelo Pibid Geografia na escola. Buscará compreender o entrecruzamento entre a realidade da instituição com a cultura popular e movimentos sociais locais para assim, na próxima etapa, utilizar os resultados na construção de atividades que fortaleçam as habilidades e competências já adquiridas por alunos e bolsistas. Essas atividades visam fomentar o trabalho em equipe e valorizar, através da educação geográfica de forma interdisciplinar, o fortalecimento de laços de pertencimento e identidade dos estudantes com a sua origem e o reconhecimento da sua própria história. O lugar, no caso o subúrbio ferroviário, periferia da cidade Salvador, será abordado de modo com que os estudantes da escola compreendam os fenômenos geográficos de modo interescalar, ou seja, as interconexões com o todo. Para FREIRE (1996), uma prática educativa que busque o progresso no ponto de vista social, deve considerar o respeito à dimensão cultural do educando para um processo de aprendizagem que supere a velha máxima da educação formal como uma homogeneizadora de pensamento. Se considerarmos as ações dos bolsistas Pibid como tarefas que busquem incrementar a participação do estudante de licenciatura com a realidade escolar, podemos também utilizá-lo para criar proposta de intervenção diante das dificuldades comuns apresentadas na escola municipal Ivone Vieira Lima. 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