MELO, André Magri Ribeiro De. . Anais V ENLIJE... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/6175>. Acesso em: 24/11/2024 22:30
Com o advento da Lei 10.639 e, mais recentemente, da Lei 11.645/08, a abordagem das relações étnico-raciais e o trato de componentes temáticos inerentes à história, cultura e literatura africana e afro-brasileira na escola passaram a figurar mais concreta e sistematicamente nos autos da educação brasileira. O presente artigo tem como escopo refletir sobre a relevância da literatura infanto-juvenil afro-brasileira no pensar/fazer da escola pública nacional. Nesse sentido, tomamos como corpus as obras “As tranças de Bintou” (Graça Reis) e “Os cabelos de Lelê” (Valéria Belém). Amparados nas contribuições de Candido (2004), Zilberman e Silva (1990), Coelho (1995), MEC (2006), Souza e Lima (2006) e Munanga (2005), principalmente, dialogaremos a partir das relações estabelecidas entre a literatura afro-brasileira e o seu ensino, estabelecendo-nos no cerne do debate sobre a educação nas/para as relações étnico-raciais no âmbito escolar. O pressuposto candidiano da literatura como direito de todos os cidadãos marca esse trabalho a partir da afirmação de um estatuto estético-histórico-cultural dos textos afro-brasileiros infantis e da sua forte contribuição para a ressignificação identitária, bem como para a desconstrução do racismo, na infância.