HECK, Silvia et al.. Uso de medicamentos e polimedicação em idosos quilombolas. Anais do IX CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/86729>. Acesso em: 21/12/2024 08:53
Introdução: A população quilombola, historicamente, vive em condições de vida e saúde mais precárias quando comparada à população em geral. Os maiores impactos são sentidos pelos grupos mais vulneráveis, como os idosos. O objetivo deste trabalho é analisar o uso de medicamentos e a prática da polimedicação em idosos quilombolas. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo-analítico, de corte transversal e de abordagem quantitativa, realizado com 45 idosos quilombolas, de ambos os sexos, cadastrados em três comunidades registradas pela Fundação Cultural Palmares, do município de Palmas/Paraná, a partir do levantamento dos medicamentos utilizados pelos participantes da pesquisa. Foi considerado polimedicado o idoso que utilizava cinco ou mais medicamentos. O uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos (MPI) foi avaliado segundo os critérios de Beers e PRISCUS. Resultados: A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (68,9%), divorciadas ou viúvas (66,7%) e alfabetizadas (51,1%). Verificou-se que 88,9% faziam uso de algum tipo de medicamento e 35,0% eram polimedicados. A classe de medicamentos mais utilizada era de fármacos cardiovasculares que agem no sistema renina-angiotensina (n=24), seguida pelos diuréticos (n=23). A análise da utilização de MPI evidenciou o uso de 19 fármacos diferentes (18 conforme os critérios de Beers e nove conforme PRISCUS). Os MPIs mais utilizados foram amitriptilina, diclofenaco, clonazepam, diazepam e omeprazol. Considerações finais: O uso indiscriminado de medicamentos potencialmente inapropriados e a polifarmácia aumentam a vulnerabilidade dos idosos quilombolas. Isso porque os efeitos adversos podem ser potencializados e, portanto, são considerados um fator de risco para a fragilização e o agravo à saúde dessa população.