Diversos pensadores ao longo dos séculos buscaram compreender os processos inerentes à formação de conhecimento pelo cérebro humano. A dicotomia corpo-mente parece estar sempre em ampla discussão, afinal, os animais são um produto da complexa interação entre genes e ambiente. A importância do meio para a construção do indivíduo foi reforçada por Lev Vygotsky (1896 – 1934), um dos maiores pensadores contemporâneos. Para o autor, a formação cognitiva do indivíduo ocorre a partir das relações sociais, além de enfatizar a relevância da prática pedagógica planejada para a mesma. Apesar de pontuar com clareza questões ligadas às atividades cerebrais, Vygotsky não teve acesso ao campo de estudos conhecido como Neurociência, campo esse que se dedica a construir e analisar as relações existentes entre o sistema nervoso e a fisiologia humana. É possível que, ao analisar o legado Vygotskyano acrescido das recentes descobertas neurocientíficas, possamos contribuir para a construção de um panorama favorável ao estímulo de motivação extrínseca para estudantes no ambiente escolar, bem como à construção de conhecimento. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo analisar as contribuições de Vygotsky no livro ‘A formação social da mente’ em associação ao campo da neurociência a fim de identificar possibilidades para a prática pedagógica no ambiente formal de ensino.