O conceito atual utilizado de biologização na educação está associado a medicalização para se justificar o não aprender. Diferente desse foco, mas mantendo o sentido da expressão, focar-se-á na ideia dos currículos biologizados no ensino de ciências. Buscou-se responder se a biologização está presente nas atividades propostas para alunos do ensino fundamental em produtos educacionais dos mestrados profissionais em ensino de ciências. O programa do curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências escolhido para análise foi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e foram analisados 78 produtos educacionais. Foi constatado (α=0,05) que os produtos educacionais se concentram nos níveis do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e por extrapolação estatística, na Educação Básica. Isso denotou que há distinção com a Educação Superior que também é público-alvo do programa. No nível Ensino Fundamental os conteúdos transversais, característico desse nível, ligados a temas ambientais estiveram em 26% dos produtos. Na contramão os de Biologia representaram 52%, um alerta a resiliência desses conteúdos na disciplina de Ciências, combatida pelas orientações educacionais brasileiras nas duas últimas décadas. Também, houve associação (α=0,05) entre o conteúdo e a utilização de software (simulador, modelização ou laboratório virtual). Quando há utilização de software, 50% é de Física e 50% é de Matemática. Porém, quando não há a utilização, 56% são de Biologia.