Este estudo teve como objetivo analisar as experiências de estudantes de Pedagogia do gênero masculino durante o estágio supervisionado na educação infantil, campo caracterizado pela atuação profissional de mulheres. Para tanto, realizamos uma pesquisa de abordagem qualitativa e de cunho exploratório, que contou com a participação de 10 estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), campus sertão que realizam estágio supervisionado em instituições de educação infantil. Contamos com o suporte teórico dos estudos de gênero fundamentados em Scott (1995) e Saffioti (2004) e em autores que discutem o processo de feminização do magistério em nosso país, a exemplo de Vianna (2001), Arce (2001), Sayão (2005), Jaeger e Jacques (2017), entre outros. Nossos achados permitiram compreender os sentimentos associados a primeira experiência juntos a crianças da educação infantil e a vivência da docência efetivamente através do estágio supervisionado. Se por um lado, a presença de um homem na escola de educação infantil provoca suspeita e desconfiança, inclusive por parte das crianças, implicando em dificuldades na interação, por outro, essa diferença foi fator determinante para o estabelecimento de relações mais afetuosas. A presença de homens num contexto dominado por mulheres nos permite refletir sobre a atuação profissional de pedagogos e pedagogas, que não deve estar relacionado ao gênero.