A Constituição Federal de 1988 estabelece, como princípio básico e fins da educação nacional, a “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (BRASIL, 1988). No entanto, estamos longe de atingir a universalização do ensino com qualidade a todos os estudantes. Pesquisadores, gestores e profissionais da educação vêm buscando, ao longo do tempo, tratar dessa questão pela perspectiva da evasão. Mas, tal enfoque, que se restringe a identificar os fatores que levam os estudantes a abandonarem a escola, pouco contribui com as questões práticas de permanência. Diante das explicações pouco convincentes dos estudos sobre a perspectiva da evasão, há indícios de uma “virada paradigmática” em curso que mostra uma tendência em apostar na perspectiva da permanência escolar como possível novo paradigma para as pesquisas na área da educação. Com o intuito de compreender melhor o percurso das incursões da perspectiva da permanência como objeto de pesquisa, o objetivo pretendido aqui é apresentar uma revisão bibliográfica sobre a permanência escolar, buscando compreender a trajetória de crescimento de interesse pelo tema da permanência. Por fim, a revisão bibliográfica evidenciou a importância do diálogo entre evasão e permanência, pois desmistificou a concepção simplista do potencial de um manual de combate à evasão, desocultou a falsa inocência das instituições como agentes da exclusão escolar e social e protagonizou um momento da Rede Federal em que ela aposta na permanência, ao invés de na evasão.