As experiências educacionais ocidentais sofreram drásticas mudanças entre o século XIX e XXI. Se antes, a noção de uma boa aula estava ancorada na autoridade pedagógica e na prática de dispositivos disciplinadores, os quais são apontados por Foucault, atualmente, compreende-se que o processo de ensino e aprendizagem é mais eficaz e transgressor quando cria-se uma comunidade de aprendizado, noção apontada por Bell Hooks, em que professores/as e aluno/as, precisam criar um comum em sala de aula que possibilite um viver-junto escolar. Para isso, aposta-se que não apenas a disposição da sala de aula ou o formato do encontro deve ser pensando em conjunto, mas a organização curricular também. O desafio é unir as expectativas de aprendizagem respaldadas pela legislação em conjunto com os interesses e necessidades daqueles/as estudantes em determinada área do conhecimento. Esta proposta, encontra eco na Metodologia por Projeto, como apontado por Killpatrick e retomada por Hernández, mas a aposta é pensar a elaboração de uma cartografia pedagógica, em que as perguntas realizadas pelos/as estudantes possam nortear diferentes prática pedagógicas, em ambientes mais tradicionais ou mais progressistas. Para isso, a figura do/a professor/a deve ter autoridade para nortear as práticas de estudo, mas precisa criar condições de possibilidade para que os/as estudantes tenham espaço e sintam-se autores/as igualmente da proposta. Assim, sem se omitir da sala de aula, o lugar de poder ocupado pelo/a professor/a deve ser transitório, de forma que os/as estudantes possam assumir o lugar de comando e liderança do grupo quando necessário, fazendo com que todas e todas construam um lugar sólido e seguro para a construção de perguntas e de caminhos que possibilitem o processo de ensino e aprendizagem.