Considerando as especificidades do contexto pandêmico da Covid-19 que alterou a dinâmica da sala de aula com a adoção do ensino remoto, nos propomos discutir questões relativas à formação inicial e à prática pedagógica no âmbito das ações do Programa de Residência Pedagógica (PRP). Para tanto, utilizaremos como fundamentação teórica os seguintes estudos: Soares (2004, 2011), Rojo (2009, 2012), Ribeiro (2019), Gomes (2021) e outros que discutem a temática proposta. Este estudo trata-se de um recorte da pesquisa de mestrado (em andamento) de natureza qualitativa, cuja proposta metodológica de investigação pressupõe uma análise do tipo descritivo e interpretativa das ações pedagógicas do subprojeto Pedagogia/Alfabetização do PRP da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), edição (2020-2022). Para esta discussão focaremos as ações pedagógicas dos licenciandos do curso de Pedagogia (doravante residentes) coletadas por meio dos registros dos planejamentos e dos relatórios finais do PRP. A análise parcial dos dados revela que as ações pedagógicas voltadas para a alfabetização potencializaram o desenvolvimento de práticas multiletradas, nas quais as múltiplas linguagens e semioses se fizeram presente. As experiências de intervenção desenvolvidas no âmbito do subprojeto Pedagogia/Alfabetização oportunizaram aos residentes diálogos e aproximações com um dos desafios da contemporaneidade, o ensino mediado pelas tecnologias digitais. Assim, as ações do PRP voltadas para a formação inicial de residentes (futuros professores/alfabetizadores) nos fazem pensar que o ensino de língua materna no cenário pós-ensino remoto pressupõe a pauta das tecnologias digitais e todas as questões de desigualdades de acesso e formação que permeiam esta discussão, como por exemplo, a necessidade cada vez maior de letramento digital de professores e alunos e a consideração dos usos e dos impactos das tecnologias digitais no âmbito das práticas de alfabetização e de letramento.