O presente trabalho tem a proposta de fazer uma reflexão a partir da perspectiva moçambicana de Chiziane e uma análise a partir da ancestralidade na voz da personagem avó Inês representada na obra O Sétimo Juramento (2016) da moçambicana Paulina Chiziane, escritora e a primeira romancista em língua portuguesa de grande influência em seu país. A autora parte do processo histórico pós-colonial, momento de ruptura com seu colonizador e destrincha na obra as diversas consequências causadas pelo sistema colonial e a guerra civil. A pesquisa ampara-se nas abordagens teóricas de autores Aguiar (2014), Amadou Hampâté Bâ (2010), Ferraz (2019), Ferreira (2009), Geary (2005), Ferraz (2019), Ferreira (2009), Macêdo (2007), Matos (2009), Noa (2014) e Silva (2006), Vilma Francismo Manuel (2018) e Watt (1996). Desta forma, buscamos evidenciar por meio da avó Inês, uma das personagens mais importantes da obra, como veículo da tradição oral e de ancestralidade que se destaca no romance, pois existe a preocupação que as tradições pereçam em detrimento à modernidade, porém, como força à resistência ancestral, as narrativas presentes na obra mostram que os ensinamentos são de grande valia e a palavra falada de grande importância para compreender a herança das memórias dos mais antigos.