Este trabalho tem como objetivo principal analisar os documentos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), juntamente com as orientações da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais no que concerne à implementação do componente curricular Projeto de Vida, obrigatório para todos os anos do Ensino Médio. Analisando esses documentos citados, além do livro didático ofertado pelo estado de Minas Gerais, realizo uma investigação acerca do conteúdo desenvolvido voltado para as escolas tradicionais de ensino. Dessa forma, é preciso colocar em evidência a invisibilidade da modalidade de educação para jovens e adultos (EJA) durante construção da BNCC, de modo que essas trajetórias de vida, dotadas de especificidades, precisam se encaixar ao modelo vigente na Reforma. Nesse sentido, busco trazer para o centro da discussão o fato de que, apesar de citarem os desafios dos estudantes da modalidade EJA, assim como a necessidade de enquadrar certas questões à essa realidade, o currículo referência se mantém o mesmo, sem propor soluções para as problemáticas já existentes, nem para as que surgem a partir da Lei 13.415/17, que instaura a Reforma do Ensino Médio. Assim, o componente curricular Projeto de Vida, muito mais que apenas ressignificar as temáticas do Ensino Médio regular, deve abordar as desigualdades socioeconômicas de modo que os alunos compreendam que seu Projeto de Vida não é (nem pode) ser individualizado, ele faz parte de um contexto histórico e social.