As relações sociais, estabelecidas no processo de escolarização dos alunos com deficiência, suscitam indagações sobre a maneira como a escola tem se estruturado para viabilizar as condições de participação desses alunos nas relações de ensino. Neste artigo, a partir de diálogos construídos em um grupo de formação continuada de professores, propomos uma análise sobre como as formas de interação, construídas no espaço escolar, afetam as relações de ensino e o desenvolvimento dos alunos com deficiência, tendo como foco o papel do meio neste processo. As discussões ancoram-se nos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, segundo a qual o desenvolvimento humano se dá em um processo dinâmico, no entrecruzamento entre a maturação biológica e o meio cultural, a partir das formas de participação nos processos sociais. As análises apontam que a ressignificação na forma de se colocar das professoras participantes do grupo de formação, em relação ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos com deficiência, mobilizou o planejamento de estratégias de mediação pedagógica junto a esses alunos de maneira a convocá-los a participarem e a se envolverem nas atividades propostas. O estudo enfatiza a construção de estratégias de mediação pedagógica, tendo como foco a ressignificação do trabalho pedagógico e o papel do aluno com deficiência neste processo, orientado para os modos de participação desses alunos na escola e seus processos de desenvolvimento. Sendo assim, o trabalho pedagógico deve estar orientado para viabilizar a participação desses alunos nos processos culturais no espaço escolar.