O artigo faz um diálogo a partir da consolidação do conhecimento geográfico balizada nas eminentes discussões proposta por Ramón Grosfoguel fazendo uma interlocução na contemporaneidade com o processo de globalização discutida por Milton Santos, dentre outros. Vivemos em um período ainda com características colonialistas, patriarcal, divisionista institucionalizada. A contracultura se intensifica como um movimento libertário que dignifica a natureza transversal da heterogeneidade, tolerante, que possibilita a garantia de sobrevivência frente aos ataques capitalistas e conservadores às sociedades. O contexto em que se estabelecem essas premissas expõe uma ordem geopolítica com a narrativa de “universalidade/superioridade”. É nessa perspectiva que se margeia a distopia, em que, a inferioridade e superioridade epistêmica estabelecem condições históricas para reflexão sobre o momento vigente. O objetivo é contribuir com o debate epistemológico no que concerne a influência hegemônica do pensamento geográfico, constituído no século XVI, fazendo um reconte temporal para o século XXI. Metodologicamente, a pesquisa tem um caráter teórico, com um aporte literário consistente, que pretende estabelecer um aprofundamento conceitual e epistêmico em torno das contribuições de vários pensadores. Pudemos evidenciar as contribuições dos pensadores tendo como perspectiva a importância da construção epistêmica por parte dos pesquisadores e o rompimento com a centralização do conhecimento em países europeus.