O presente artigo busca investigar como a Sociologia escolar tem sido produzida na rede Estadual de Alagoas, ultrapassando os limites do currículo oficial estabelecidos nos documentos normativos, como a BNCC e os livros didáticos. Neste trabalho lançamos um olhar antropológico para a nossa trajetória docente a partir de uma pesquisa autoetnográfica em quatro escolas públicas de Maceió, cujo objetivo central é analisar as múltiplas experiências descritas em nossos diários de campo e apresentar caminhos teórico-metodológicos para compreensão da Sociologia escolar que está sendo construída nesses espaços. Alinhamo-nos à perspectiva do antropólogo Tim Ingold, que argumenta que um dos problemas da educação escolar é a de que ela é isolada da experiência vivida a partir da qual o conhecimento é gerado. Nesse sentido, percebe-se que o currículo da Educação Básica está sendo reinventado na prática escolar pelos sujeitos da ação educativa, e que a Sociologia emergida em sala de aula não se configura apenas como uma transmissão de conceitos feita pelo professor mas como uma extensão de saberes que todos têm. Assim, compreendemos a disciplina não apenas como uma interpretação da realidade social, mas como algo que é afetado pelo “acontecer” da vida dos estudantes, movimento que transforma a nossa prática docente ao abrir uma comunicação específica com os educandos a partir de uma nova relação estabelecida com a teoria das Ciências Sociais.