O novo Ensino Médio (EM), consequência da aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2018, trouxe para o sistema educacional uma nova configuração do currículo. Mudanças significativas foram realizadas, como, por exemplo, na quantidade e distribuição de carga horária e na estruturação dos componentes curriculares, que passaram a ser divididos em disciplinas obrigatórias e itinerários formativos. O ensino de Biologia, passou a ser condensado com o de Física e Química, formando a área de Ciências da Natureza, e essa nova configuração reduziu a carga horária de Biologia e tirou a obrigatoriedade de ser ministrada nos três anos do EM. Essa nova estruturação, que trabalha com áreas de conhecimento, trouxe também mudanças para os livros didáticos, agrupando-os por áreas, onde, por exemplo, os conteúdos de Biologia, Química e Física, se encontram em um mesmo livro. Devido a importância dos livros didáticos como instrumento no processo de ensino aprendizagem é indispensável que sejam analisadas como essas novas configurações impactam na abordagem dos conteúdos de Biologia. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças acarretadas pelo novo Ensino Médio no conteúdo de Zoologia, parte essencial para o estudo de Biologia. Para isso foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo, em que foram elencados critérios avaliativos permitindo a comparação da abordagem do conteúdo de Zoologia em livros de uma mesma editora antes e depois da implementação do novo EM. A análise revelou uma redução significativa nas informações morfológicas, evolutivas e fisiológicas dos grandes grupos de animais, deixando uma lacuna de conhecimento de Zoologia. Relacionamos esse resultado principalmente a redução de carga horária dedicada ao ensino de Biologia e a junção a outras disciplinas em um mesmo livro. Dessa forma, a nova configuração prevista pela BNCC (2018) implica diretamente na qualidade e quantidade de conhecimento zoológico que deveria ser abordado durante o EM.