Artigo Anais IX CONEDU

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

COORDENAÇÃO DO NAE/UDESC: O REGISTRO DA EXPERIÊNCIA DE UMA MULHER DEFIÇA

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Publicado em 11 de dezembro de 2023

Resumo

O espaço da educação superior, apesar da presença de legislações que instigam a inclusão, ainda se mantém segregador e elitista. Na contramão, vemos o trabalho dos Núcleos de Acessibilidade Educacional, que objetivam resistir ao ambiente capacitista, reafirmando o direito dos estudantes com deficiência de acessarem, permanecerem, participarem e terem sucesso neste nível de Ensino. Este é o relato da experiência de uma mulher cega, na coordenação interina do NAE – Núcleo de Acessibilidade Educacional, vinculado à Pró-Reitoria de Ensino e Graduação (PROEN) da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC. Ao iniciarmos a caminhada que originou a criação do NAE, sabíamos que precisávamos conquistar espaços, firmar e fortalecer o direito das pessoas com deficiência a acessarem o ensino superior. Após cinco anos de criação é possível entender que seu papel institucional está consolidado. Firmou parcerias, estabelecendo e assegurando os direitos desses estudantes estarem neste nível de ensino com dignidade, respeito, acessibilidade e inclusão garantidas. A presença de uma mulher cega na coordenação trouxe mudanças significativas nas relações estabelecidas, tanto com os estudantes atendidos como com os professores envolvidos. Favoreceu as negociações entre coordenação de curso e estudantes. Para os estudantes essa presença trouxe acolhimento e maior confiança, pelo conhecimento profissional, mas principalmente, pelo fato de experenciar a deficiência como eles. Para os coordenadores foi possível perceber que, com o acesso assegurado, os estudantes podem seguir sua caminhada acadêmica, uma vez que sua colega de profissão teve a oportunidade garantida e hoje atua na instituição, contribuindo com seus conhecimentos técnicos e sua experiência. Por fim, consideramos que a presença de uma mulher defiça na gestão do núcleo foi bastante positiva e favoreceu as intermediações do processo educacional dos estudantes com deficiência, proporcionando o acolhimento necessário que a situação exigia e tornando nossa universidade mais inclusiva.

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