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O XXV EBI teve como tema “Desafios da Ictiologia no Antropoceno”. O termo Antropoceno surge como uma hipótese de nova era geológica marcada pela alteração irreversível dos processos biofísicos no planeta como resultado da atividade humana. Embora haja controvérsias sobre a utilização do termo na comunidade científica, é inegável que o modelo de produção e desenvolvimento econômico adotado por grande parte do mundo tem acarretado no esgotamento dos recursos naturais e crise socioambiental sem precedentes. Diante disso, a conciliação entre desenvolvimento e conservação dos ecossistemas, especialmente os aquáticos, tem sido um grande desafio.
No Brasil, a conservação dos ecossistemas aquáticos tem sido marcada por desafios provenientes de uma gama de fatores, que impactam diretamente a biodiversidade e a sustentabilidade dos recursos hídricos no país. Dentre as fontes de degradação desses ecossistemas, podemos destacar a poluição proveniente de fontes variadas, como i) atividades industriais, agrícolas e urbanas; ii) a pesca predatória e a falta de regulamentação adequada; iii) o desmatamento e a alteração da cobertura vegetal nativa; iv) o crescimento urbano e as grandes obras de infraestrutura.
Todas essas problemáticas influenciam não apenas as espécies de peixes, mas atuam diretamente nos padrões de temperatura, precipitação, acidificação dos oceanos e eventos climáticos extremos que ameaçam a estabilidade dos ecossistemas aquáticos e nosso próprio bem estar. Enfrentar esses desafios demanda uma abordagem multidisciplinar que nos conduza a repensar, enquanto sociedade, nossa relação com o planeta. Nesse contexto, o XXV EBI pretendeu estimular a discussão multidisciplinar entre Academia, Empresas e Poder Público, sobre a contribuição da ictiologia para o bem-estar social e ambiental, assim como fomentar discussões voltadas para práticas inovadoras e empreendimentos mais sustentáveis.
O XXV EBI marca ainda a comemoração do Jubileu de Prata da SBI, marcando os 25 anos do EBI! A organização do evento de 2025 está a cargo da Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI) e da Universidade Federal do Tocantins, sendo a primeira vez que o evento ocorre no estado.