Espécies de Chenopodium, como a quinoa (Chenopodium quinoa WILLD.), tem despertado grande interesse nos últimos anos, especialmente como uma cultura potencial para combater a deficiência nutricional em muitas partes do mundo, bem como sua capacidade de prosperar e florescer em condições de estresse e em solos com o mínimo de insumos agrícolas. Em condição nutricional, a quinoa destaca-se em relação a muitos cereais, como o trigo, o milho e a cevada, por apresentar qualidade proteica comparável à caseína do leite e pela ausência de proteínas formadoras de glúten. O cultivo desta espécie pode desempenhar um papel importante na economia do semiárido, promovendo um novo mercado de exportação, aproveitando a cadeia produtiva e de exportação da fruticultura já existente, bem como de subsistência. O trabalho teve como objetivo avaliar a introdução de duas variedades de quinoa no semiárido nordestino e foi desenvolvido na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. O experimento foi realizado em esquema fatorial 2 x 4, onde o primeiro fator foi composto por duas diferentes variedades de sementes, dos tipos Syetetuba e Kancolla, e o segundo fator foi composto por diferentes tipos de adubação ou tratamentos. As características analisadas foram o peso seco da parte aérea, peso seco da raiz, altura da planta, diâmetro da base do colo, e peso de 1.000 sementes. Os resultados obtidos mostraram-se muito interessantes, pois a espécie se desenvolveu bem no semiárido, indicando possibilidades de uma nova cultura agrícola para a região. As médias da variedade Kancolla foram maiores para as características diâmetro do colo, altura, peso seco da raiz e peso seco da parte aérea, tendo, entretanto, a menor média para o peso das sementes. Portanto, dependendo da finalidade de utilização da cultura, ambas as variedades podem ser utilizadas. Sendo a variedade Syetetuba indicada para a produção de sementes e a variedade Kancolla para a produção de biomassa, que pode ser usada para diversos fins, como a alimentação animal.