Incêndios florestais, principalmente de origem antrópica, são uma das causas de alteração dos ambientes naturais e potencialmente impactantes à biodiversidade. O fogo é tradicionalmente usado no sistema convencional de preparo dos solos para cultivo e renovação das pastagens, resultando não raras vezes em incêndios florestais. A APA Chapada do Araripe com superfície maior que um milhão de hectares é uma das Unidades de Conservação com maior área no bioma Caatinga. Com estas dimensões o acompanhamento dos dados disponibilizados pelo INPE torna-se a principal estratégia para monitorar a ocorrência de fogo na UC. Este trabalho teve como objetivos avaliar a relação entre a atividade agropecuária e a ocorrência de focos de calor e descrever o comportamento do fogo na APA Chapada do Araripe. O número de focos de calor detectados na área de estudo foi coletado do sítio eletrônico do INPE e para analisar atividade agropecuária utilizou-se a área plantada anualmente com mandioca, milho, feijão e o tamanho do rebanho de bovinos, ovinos e caprinos a partir de informações do IBGE. Concluiu-se que: (a) o aumento no número de focos de calor indica aumento da área queimada no bioma Caatinga; (b) o aumento da atividade agropecuária não resulta em aumento do fogo nos municípios cearenses da APA Chapada do Araripe; (c) nos meses de outubro e novembro são detectados 72,5% dos focos de calor na APA Chapada do Araripe. Recomenda-se a proibição do emprego do fogo na APA Chapada do Araripe nos meses de outubro e novembro pelo potencial risco de ocorrerem incêndios florestais.