Introdu??o: A colonialidade como des?gnio da modernidade tem se expressado em diversas esferas da vida humana, sobretudo na produ??o das subjetividades. Deste modo, a colonialidade do ser atua violentamente contra o que se desvirtuar da heteronormatividade. A psicologia teve um papel importante na legitima??o e na perpetua??o de estigmas relacionados ?s orienta??es n?o heterossexuais e ?s identidades de g?nero, de modo que s?o emergentes as discuss?es n?o patologizantes sobre a tem?tica. O estudo objetiva problematizar o conceito identidades de g?nero, o modelo bin?rio homem/mulher, masculino/feminino e a inser??o destes no campo da psicologia. M?todo: O m?todo escolhido ? caracterizado como um ensaio te?rico, no qual h? uma constru??o de sentido por meio do di?logo entre o objeto de estudo, quem produz o ensaio e o leitor. Resultados e discuss?o: A Modernidade enquanto projeto civilizat?rio racista, patriarcal, colonial tem sido problematizada por um grupo de intelectuais que vem construindo um pensamento cr?tico descolonial a partir da Am?rica Latina. O conceito de colonialidade do poder ? considerado como algo que vai al?m dos limites e particularidades do colonialismo hist?rico, como algo que n?o desaparece mesmo ap?s uma suposta independ?ncia ou descoloniza??o dos povos das Am?ricas. A colonialidade do poder manifesta um modelo hegem?nico global, que articula ra?a, trabalho, subjetividades e espa?os de acordo com a necessidade do capital e para o benef?cio de determinados grupos em detrimento de outros. A colonialidade do g?nero, outro eixo de estudos sobre a colonialidade, analisa criticamente o padr?o hegem?nico imposto por um sistema patriarcal e racista que ainda dita modos de manuten??o dos comportamentos, da sexualidade, do g?nero, etc. Esse padr?o tem como base um modelo bin?rio, hier?rquico e violento. Essa dicotomia hier?rquica como uma marca do humano se tornou uma ferramenta normativa para condenar as colonizadas e os colonizados. No que diz respeito ? ci?ncia psicol?gica, assentada na colonialidade do saber, produziu e ainda produz discursos universalizantes sobre a subjetividade humana de modo a contribuir com a patologiza??o das identidades de g?nero. A psicologia enquanto ci?ncia da modernidade, ainda est? mergulhada nos prop?sitos de controle e dom?nio colonial, a partir de suas teorias, m?todos experimentais e modelos de an?lises quantitativos que deram sustentabilidade a seu status de cientificidade. Considera??es finais: O pensamento cr?tico descolonial pode se constituir como dispositivo capaz de fomentar a constru??o de um caminho de pensamento que possibilite a complexifica??o do conceito identidades de g?nero e a subvers?o da l?gica hegem?nica.