O presente trabalho visa aborda a confecção do jornal impresso com o objetivo de possibilitar uma melhor compreensão das questões relacionadas aos recursos hídricos da Região Metropolitana de Belém (RMB) do Pará. E também com o objetivo de trazer para sala de aula uma metodologia que auxiliasse no desenvolvimento do ensino de geografia no ambiente escolar de maneira que estimulasse o estudante a praticar um pensamento reflexivo dos problemas ambientas. A experiência foi desenvolvida com a turma de desenvolvimento de sistemas do primeiro ano do ensino médio integrado do IFPA campus Belém - PA, no ano de 2018, entre os meses de fevereiro e março. Desta forma, a produção do jornal dentro da sala de aula possui o caráter de ensinar e dinamizar um conteúdo tão pertinente de cada sociedade. Entendemos que a Geografia Escolar objetiva fazer com que o aluno compreenda os fenômenos naturais e humanos em interação, problematizando os diferentes espaços geográficos, promovendo o domínio dos procedimentos que permitam ao aluno compreender a paisagem local e outras paisagens presentes em outros tempos e espaços (BRASIL, 2001). Porém, isso não é fácil, haja vista que para a maioria dos alunos, a geografia tornou-se uma matéria decorativa classificada como 'um monte de curiosidades inúteis para a vida real' ou 'um obstáculo a mais na vida escolar' (PEREIRA; ALVES; CABRAL, 2013). Deste modo, quando percebemos a realidade dentro da sala de aula fica evidente que o educador necessita renovar suas práticas de ensino para tornar suas aulas 'mais atraentes' (PETERS; FRUET, 2011). É nesse contexto que o uso de recursos externos pode ser uma forma de facilitar a aprendizagem do aluno, em especial a confecção do Jornal Impresso, que é utilizado ocasionalmente como Recurso Didático por poder complementar um assunto, uma aula, um exercício sobre tal contexto. Além de não ser caro a sua confecção e envolver os alunos na sua criação permitindo que eles pesquisem conteúdo da geografia e percebam que está ciência tem total conexão com a realidade e que não é apenas um conjunto de curiosidades inúteis. Dentro deste contexto, tentamos trazer à tona com a produção do jornal impresso, a realidade da RMB, que é acerca dos recursos hídricos no qual a precariedade do saneamento básico e infraestrutura ocasionam a falta de água em muitos municípios do Pará, como Belém e Ananindeua, assim como o tratamento inadequado dos resíduos sólidos no aterro sanitário de Marituba ocasionando a poluição dos lençóis freáticos e as questões envolvendo o vazamento ocasionados por grandes empreendimentos de mineração no município de Barcarena. Com isso, o projeto se estabeleceu em algumas etapas, como leituras bibliográficas, a escolha da temática que seria o pano de fundo das reportagens, assim como a escolha do nome para o Jornal impresso, a confecção em conjunto do visual do Jornal, um questionário para avaliar o processo pedagógico e de levantamento acerca de alguns questionamentos realizados ao longo da confecção da gazeta e a exposição do material físico. Cerca de quatorze alunos participaram do processo de produção do jornal impresso, desta forma, buscaram dados de seus respectivos municípios (Belém, Ananindeua, Barcarena e Marituba) em artigos científicos, trabalho de conclusão de curso, jornais locais e reportagens disponíveis na internet para alimentar as matérias do jornal. Dentro da perspectiva de criação e confecção do jornal, obtivemos construir um jornal escolar com credibilidade e responsabilidade de promover o saber escolar, pois buscava-se ensinar superando a estigma de uma aula tradicional. Essas etapas e sistematização das ideias, foram necessárias, pois, quando se trata de algo fora da realidade ou peso que uma aula possui, o aluno encara o projeto com um certo desprezo (KAERCHER, 2000), já que, não tem um caráter de avaliar ou repassar o conteúdo (não de cara) que cairá em uma prova. Assim, compreendemos que o resultado foi positivo, pois de acordo com o questionário repassado aos alunos, eles entenderam que todo o processo de construção e realização da metodologia possuía o caráter de ensinar um conteúdo, só que de forma mais interativa. O que mostra que os alunos podem ver a geografia como um conhecimento interessante e útil a eles, pois o jornal falou sobre suas realidades, com o olhar dos próprios alunos. Sendo assim, acreditamos que para as definições e limitações do conteúdo o aluno precisa ter um mediador/orientador, um professor que aponte os seus limites ao mesmo tempo em que o estimula a curiosidade de aprender. Desta forma, os mediadores avaliaram a produção e fizeram um 'filtro' das notícias e informações que os alunos traziam, além de explicar em forma de pequenos debates o que cada assunto apresentado havia com o contexto do jornal, 'ensinando' através de breves diálogos. De forma geral, conseguimos salientar o nosso objetivo central fazendo com que o aluno se aproprie do conhecimento escolar, principalmente transpondo isso para o seu cotidiano, ou seja, a produção do jornal voltado para uma temática ambiental despertou na maioria dos estudantes a conscientização e pratica reflexiva de como nos dias atuais estamos nos relacionando com água. Enfatizamos que o jornal contribuiu tanto para os estudantes do ensino médio integrado, quanto da graduação, pois, durante as etapas de produção do jornal os alunos do ensino médio conseguiram abstrair os conhecimentos geográficos de modo participativo de maneira que conseguiram estabelecer uma interação da geografia escolar com os fatos vivenciados em sua realidade. Já para o graduando de geografia o papel de mediador do processo de ensino e aprendizagem do conhecimento, estimula ao mesmo a continuar nos desafios de lecionar e estimular novas habilidades cognitivas em busca do aprendizado educativo que se transforma a todo momento. Sendo essencial a necessidade de métodos educativos como no caso do jornal para atender as novas demandas educativas que surgem nos ambientes escolares e que necessitam ser instigadas pelo professor/mediador através das estratégias didáticas e metodológicas de ensino.