Baseado na importância do uso de atividades experimentais para melhor compreensão do conteúdo sobre plantas tóxicas, houve a realização de uma oficina desenvolvida pelos bolsistas do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas como uma das ações desenvolvidas pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- PIBID/CAPES. A oficina teve como uma das suas atividades a construção de um herbário e aconteceu no Centro de Ensino Médio Professora Antonina Milhomem na cidade de Araguatins-TO, extremo norte do estado do Tocantins, com 19 alunos das turmas de 1º e 2º ano no período vespertino. No Brasil, foram descritas cerca de 130 espécies de plantas tóxicas (TOKARNIA et al., 2012), mas esse número vem crescendo continuadamente. Grande parte da população utiliza inúmeras dessas plantas em suas casas como ornamentação, sem muitas vezes se darem conta do perigo. O estudo dessas plantas tóxicas vem ganhando importância, pois, além de esclarecer diferentes aspectos dos casos de intoxicações pode ainda fornecer compostos líderes para o desenvolvimento de fármacos (HARVEY et al., 1998). Uma maneira de maximizar esse estudo de uma forma diferenciada, é através da montagem de exsicatas, que é um padrão de plantas prensadas e em seguida secas numa estufa (herborizada) onde passa por diversas etapas, posteriormente é fixada em uma cartolina de tamanho padrão acompanhadas de uma etiqueta ou rótulo contendo informações sobre o vegetal e o local de coleta, para fins de estudos botânicos. Exsicatas geralmente são guardadas em um banco de informações do herbário (LIN, 1981). Segundo Fagundes (2009), o herbário, sob o ponto de vista didático, é um recurso que possibilitará ao docente fazer todos os ajustes necessários ao suprimento da sua particularidade ou necessidade local. É um excelente instrumento de ensino, pois, contribui para o conhecimento de técnicas de coleta, montagem de exsicatas, sistemática, estudos morfológicos e taxonômicos, além da preparação de chaves interativas para a identificação dos grupos botânicos. A realização da mesma foi seguida de seis etapas: na primeira ocorreu um levantamento de espécies botânicas e a identificação de quais desses exemplares eram considerados tóxicos. Na segunda, foi realizada a montagem das exsicatas para o herbário no laboratório de estereoscopia do IFTO campus Araguatins pelos bolsistas e a separação das duplicatas que seriam levadas posteriormente para a Unidade Escolar (UE). Na terceira, ocorreu a explanação da parte teórica. Na quarta, foi realizada a exposição de um mural vivo contendo plantas tóxicas onde foi enfatizado em qual parte do espécime apresentava toxina. Na quinta, os alunos realizaram a montagem do herbário na UE. Na sexta, alunos e bolsistas participaram do jogo dos quadrantes, que era constituído de perguntas, informações e curiosidades. Após o levantamento, 13 espécies foram identificadas como tóxicas. Com a retirada das prensas na estufa obteve-se exsicatas prontas a fixação no herbário. Durante a apresentação teórica foi possível observar o envolvimento dos alunos com o assunto abordado. Após a apreciação do painel vivo, notou-se uma total interação dos alunos, ao identificarem as plantas presentes no seu cotidiano, e a partir daí ter o conhecimento sobre quais dessas plantas podem ser prejudiciais à saúde. Com a montagem, alunos relataram a importância do preparo das exsicatas e herbário, que por fim, seria utilizado como acervo didático. Como todas as perguntas e informações eram referentes ao conteúdo o resultado do jogo demonstrou que os alunos realmente absorveram e compreenderam com êxito o que foi repassado, pois não obtivemos nenhuma resposta errada. As informações e curiosidades encontradas em alguns dos quadrantes sanaram dúvidas que foram levantadas durante a oficina pois tratavam -se de aspectos presentes no dia a dia de todos obtendo ao final um resultado bastante positivo e gratificante, além de promover uma boa interação entre alunos e bolsistas. O desenvolvimento da oficina foi de suma importância para o estudo sobre plantas tóxicas, uma vez que ficaram evidenciados quais são essas plantas e suas respectivas toxinas. Logo, a montagem do herbário, proporcionou ao aluno uma técnica importante e essencial que é a montagem de exsicatas, pois além dos alunos, todos os bolsistas participaram ativamente de todo o processo obtendo e produzindo ao final dessa oficina dois herbários didáticos que foram deixados para serem utilizados na UE. Palavras-chave: Ensino, Plantas, Pibid, Metodologias alternativas. Referências FAGUNDES, J.A; GONZALES, C.E.F. Herbário escolar: suas contribuições ao estudo da Botânica no Ensino Médio. 2006. Disponível em: . Acesso em 23 de out. 2017. HARVEY, A.L. et al. What can toxins tell us for drug discovery? Toxicon, v.36, n.11, 1998. LIN, S. H. Exsiccatae of the Bryophytes of Taiwan, The Bryologist, Vol. 84, No. 3 (Autumn, 1981). TOKARNIA, C.H. et al. Plantas tóxicas do brasil para animais de produção. 2.ed. Rio de Janeiro, Helianthus, 2012.