RENDIMENTO ESCOLAR: UM OLHAR DIRECIONADO AO ESTUDANTE DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO NAS AULAS DE FÍSICA, DA ESCOLA PÚBLICA LOCAL Maria Gleice Rodrigues, FACED - UFC Fortaleza, mariagleicerodrigues@gmail.com Beatriz Jamara Avelino Marreiro, IFCE - campus Sobral, biajamara26@gmail.com Maria Juliana Duarte de Souza, IFCE - campus Sobral, juugha@gmail.com Jonas Guimarães Paulo Neto, IFCE - campus Sobral, jonasgui1@hotmail.com Eixo Temático: Políticas educacionais, avaliação e currículo - com ênfase nas novas demandas curriculares para a formação de professores e para a docência no cotidiano das escolas de educação básica. Resumo Abordar a temática rendimento escolar supõe pensar que não se pode deixar passar despercebido que está se tratando de avaliação, especificamente, de avaliação do estudante. Nesse sentido, considera-se a necessidade de se retomar o conceito de avaliação na perspectiva de entendê-la como essencial no processo de ensino e aprendizado, sendo, portanto, indispensável na dinâmica escolar de qualquer etapa da Educação Básica. Assim, rendimento escolar "corresponde à capacidade de uma escola diplomar os seus alunos". (AZEVEDO, 2003, p. 17). Contudo, não se vê apenas pela ótica da certificação ou diplomação como o autor coloca, mas convém perceber o rendimento como uma ação presente no cotidiano da escola, sobretudo da sala de aula, onde tudo que nela ocorre pode ou não favorecer ao bom rendimento do aluno. Todavia, pode-se compreender a palavra rendimento na dimensão da palavra desempenho, que no caso aqui tratado, refere-se ao desempenho discente ao longo do ano letivo. Porém, quando se fala em desempenho do aluno, agrega-se o termo avaliação, ficando avaliação de desempenho, uma expressão bem familiar de alunos e professores da escola pública atual. Buscando entender melhor a terminologia, Russel e Airasian (2014, p. 185), dizem que "a avaliação de desempenho é um termo geral usado para descrever avaliações que requerem que os alunos demonstrem habilidades e conhecimentos, produzindo um produto formal ou um desempenho". Ou seja, para que o aluno apresente habilidades e conhecimentos, ele precisa aprender. Precisa construir conhecimentos no tempo de aula na escola para ter condições de aplicá-los na vida. Partindo desse ponto de vista, a pesquisa de natureza qualitativa se justifica na busca de verificar a base de conhecimento em Física do aluno ingressante na última etapa de escolarização na rede pública local, tendo como objetivo geral analisar o rendimento do aluno do 1º ano do Ensino Médio nas aulas de Física. Nessa intencionalidade, adotou-se como metodologia a pesquisa descritiva, que na percepção de Gil (2017, p. 33), "têm como objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno. [...] São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população". Com esse propósito, fez-se o uso do questionário direcionado a 34 (trinta e quatro) estudantes distribuídos em 3 (três) escolas, sendo 2 (duas) situadas no município de Sobral - CE e 1 (uma) no município de Massapê - CE. Os professores das respectivas escolas, atuantes na disciplina de Física, foram contemplados como respondentes importantes dada à necessidade de cruzamento das informações contidas na expressão de ambos os sujeitos. O critério de escolha das instituições se deu em função da proximidade residencial das pesquisadoras. Ambas as instituições são da rede estadual e atendem alunos matriculados do 1º ao 3º ano do Ensino Médio. Considera-se os dados coletados algo de grande relevância por corresponderem explicitamente aos objetivos específicos da pesquisa que propunham: verificar a concepção dos professores sobre avaliação e rendimento escolar no desenvolvimento das aulas de Física; perceber possível(is) dificuldade(s) no processo de ensino e aprendizado que pudessem interferir no êxito do rendimento do aluno; e analisar a percepção acerca da avaliação em relação à metodologia adotada nas atividades avaliativas da disciplina de Física. Notadamente, a discussão girou em torno de assertivas importantes, podendo indagar tanto questões voltadas à concepção de avaliação e rendimento escolar expressada pelo professor, quanto do campo de percepção das dificuldades de aprendizagem nas aulas de Física, apontadas claramente pelos alunos. Do ponto de vista analítico, afirma-se que os resultados revelaram que a ausência do conhecimento de base matemática é a principal dificuldade de aprendizagem dos alunos para compreenderem Física. Tal dificuldade se acentua frente à metodologia didática do professor, enfaticamente sinalizada pelos (alunos) respondentes, os quais gostariam que as aulas fossem dinâmicas e interativas, contemplando o uso de laboratório e que as atividades avaliativas pudessem se diversificar entre provas teóricas e práticas, visto acreditarem que pode facilitar o aprendizado. Direcionando o olhar à expressão do estudante, notou-se pontos de convergência com questões apontadas pelos professores, visto que estas se apresentaram num mesmo sentido, o que supõe pensar que a dificuldade de aprendizado do aluno pode receber a atenção devida numa percepção pedagógica que demanda do professor a implementação urgente de mudanças na forma de ensinar e na forma de avaliar. Tal postura clama pela importância de se ter a avaliação do processo ensino-aprendizagem como eixo central de atenção e balizador do planejamento das aulas, devendo essas serem elaboradas intencionando não só a obtenção de notas e resultados, mas, sobretudo, a construção de conhecimentos pelo aluno. Assim, a "avaliação pode ser caracterizada como forma de qualidade do objeto avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitá-lo ou para transformá-lo" (LUCKESI, 2009, p. 33). A conclusão se dá na percepção de que o rendimento do aluno em Física configura-se um grande desafio por ter o saber matemático como pré-requisito básico para o conhecimento na respectiva área, o que demanda uma prática pedagógica diferente não só no 1º ano do Ensino Médio, mas na Educação Básica como um todo. Palavras-chave: Dificuldades de aprendizagem, rendimento escolar, avaliação, 1º ano do ensino médio Referências AZEVEDO Joaquim. Rendimento escolar nos cursos das escolas secundárias e das escolas profissionais: resultados de uma amostragem. Vila Nova de Gaia, 2003. Disponível em: < https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/4641/1/RendimentoEscolar%20(2).pdf>. Acesso em: 14 set. 2018. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 20. ed. São Paulo: Cortez, 2009. PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 7. ed. São Paulo: Cortez 2009. RUSSEL, Michael K.; AIRASIAN, W. Peter. Avaliação na sala de aula: conceitos e aplicações. Tradução: Marcelo de Abreu Almeida. 7. Ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. SOBRAL, Adriana Eufrásio Braga. Ensino, aprendizagem e prática avaliativa de professores de matemática, em escolas de ensino médio, na cidade de Fortaleza-Ceará. 2006. 195 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006. Fonte financiadora: IFCE campus Sobral