ATIVIDADE EXPERIMENTAL EM MICROBIOLOGIA: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA NO ENSINO FUNDAMENTAL Amanda Jéssica Silva Santos[1]/ Amandaknk2@gmail.com /UNEMAT-Universidade do Estado de Mato Grosso. Érica Oliveira de Lima[2]/UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso. Victor Hugo de Oliveira Henrique[3] - Orientador /UNEMAT- Universidade do Estado de Mato Grosso Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo O ensino de ciências naturais geralmente é fundamentado somente em aulas teóricas em sala de aula, ocasionado pela falta de laboratórios ou espaços para o desenvolvimento de práticas, pincipalmente em escolas de pequenos municípios que desfrutam de pouco ou nenhum equipamento adequado, e devido a essa ausência esse é o modelo de ensino utilizado no Brasil. Através dessa concepção o ensino se reflete a partir da repetição e da cópia. Cobrando dos alunos a memorização e a repetição de assuntos com o objetivo apenas de aprovação em series seguintes, baseando em questionários e livros didáticos. Para o ensino de ciências os professores têm de concordar que as práticas atraem o interesse por parte dos alunos, pois é um método que motiva através da utilização de recursos lúdicos, no entanto em sua maioria os professores não entendem imediatamente a importância desse método e sua positividade na aprendizagem do aluno. (CARRIJO; BAPTISTA, 2016; COSTA; BATISTA, 2017). Nos dias atuais o interesse dos estudantes pelos conteúdos ministrados é cada vez mais escasso, necessitando assim da criatividade dos professores para atrair a atenção dos alunos, portanto o uso de atividades diferenciadas se faz necessário, sendo essas aulas práticas um meio onde os alunos podem de forma dinâmica e integrada ser o construtor do seu conhecimento. Conteúdos que apresentam difíceis conceitos e necessitam de uma credulidade em algo que não pode ser visto a olho nu, é fundamental o uso de práticas para concretizar a teoria estudada, esse tipo de situação ocorre muito em áreas das ciências naturais com assuntos como a microbiologia, pois os discentes têm de acreditar que o ambiente é repleto de organismos que não podem ver sem uso de equipamentos adequados. Os recursos experimentais são essenciais para construir o pensamento científico. Na teoria as informações vêm por meio das explicações, ao contrário das aulas práticas, em que as informações vêm por contato físico. (BARTZIK E ZANDER 2016). Sabendo dessas dificuldades o objetivo deste trabalho foi realizar uma prática em que os estudantes pudessem observar o crescimento de microrganismos e a importância dos métodos de conservação dos alimentos, e assim ter uma concepção do mundo microbiológico que está presente no cotidiano de cada um, prática essa denominada de "Estragando mingau". A atividade se constituiu em um experimento com duração de uma semana com as turmas do oitavo ano da rede pública, sendo realizada da seguinte forma, para cada turma foram separados quatro grupos, cada grupo recebeu cinco copos pequenos, dentro de cada copo os discentes colocaram um mingau de Maisena feito somente com água quente preparado previamente, para cada copo foi disponibilizado um material que funciona como um método de conservação, sendo eles plástico isulfilm, óleo, vinagre, um com armazenamento em geladeira e outro ficando sem nenhum tipo de proteção exposto ao ambiente. Ao finalizar o processo prático do experimento os mesmos foram armazenados na sala dos professores onde os alunos poderiam observar o desenvolvimento microbiano ao longo da semana. Com base nos resultados obtidos no experimento foi possível constatar que apesar de uma falta de interesse por parte dos alunos em relação ao conteúdo teórico se observou o entusiasmo mediante o experimento. A falta de conhecimento dos alunos em relação aos conceitos de microbiologia foi perceptível e isso se mostrou de forma muito mais pronunciada ao expor os resultados obtidos de cada grupo, pois mesmo sendo visível que houve crescimento microbiano não conseguiu identificar essas alterações no mingau, como sua cor, no entanto com debate dos resultados a explicação acerca de vários conceitos o entendimento foi se desenvolvendo e com isso a curiosidade dos alunos, uma vez que se deslocaram em sala de aula para comparar os resultados obtidos com outros grupos. Embora compreendendo que estes seres podem crescer em diversos ambientes, os discentes tendem a acreditar que ambientes aparentemente limpos estão esterilizados, com isso se nota um défice de compreensão em relação a conceitos de limpeza relacionados a microbiologia no cotidiano, assim afirma Moresco, Barbosa e Rocha (2017). Durante a elaboração dos experimentos e na verificação dos resultados os estudantes demonstraram um empenho e senso crítico que não foi notado nas observações das aulas, a curiosidade em compreender o que decorreria, como e o porquê a respeito da prática, expressando fortemente que os alunos gostam, aprendem e fixam muito mais do que somente em teoria. Ao evidenciarmos toda essa experiência com os estudantes, percebe-se o quão importante é a prática experimental, bem como também expressado por Carrijo e Baptista (2016). Consequentemente os alunos fizeram uma ligação com o cotidiano de suas casas e com as práticas nela realizada sobre a conservação de alimentos e sua importância acerca dos males que certos organismos podem causar. Ao fazer uma observação geral demonstra que os alunos possuem um "apetite" pelo conhecimento, porém esse interesse aumenta quando se insere no ambiente escolar novas metodologias de ensino, como práticas experimentais, dinâmicas, aulas ao ar livre e outros recursos. Levando-se em conta os resultados obtidos pela prática, percebe-se o quão fundamental é a utilização de novas metodologias para aguçar a curiosidade e entendimento dos alunos, fazendo uma ligação direta entre a teoria-prática, e assim fundamentando um conhecimento concreto e satisfatório. Palavras-chave: aprendizagem, práticas, microrganismos, teoria-prática Referências BARTZIK, F.; ZANDER, L. D. A importância das aulas práticas de ciências no ensino fundamental. @arquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v.4,N.8, mai-ago, 2016. CARRIJO, R. F.; BAPTISTA, L.V. Aulas experimentais no Ensino de Ciências: uma (re) aproximação da teoria à realidade prática. Anais do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEG (CEPE). Pirenópolis- Goiás, 2016. COSTA, G. R.; BATISTA, K. M. A importância das atividades práticas nas aulas de ciências nas turmas do ensino fundamental. REVASF, Petrolina-PE, vol.7, n.12, p.06-20, abril, 2017. MORESCO, T. R.; BARBOSA, N. V.; ROCHA, J. B. T. Ensino de microbiologia e a experimentação no ensino fundamental. Unijuí. Ano 32, n° 103, p. 165-190. Set./Dez. 2017.