O presente trabalho é uma proposta de intervenção pedagógica nas aulas experimentais de química. São feitos alguns questionamentos sobre o ensino linear e descontextualizado da ciência, especificamente nas aulas experimentais. Há uma crítica à prática de atividades experimentais usadas apenas como elemento atrativo e motivador do ensino de química, em que o aluno é um mero reprodutor de sequências pré-fixadas pelo professor, semelhante à execução de receitas em uma cozinha. Pretende-se analisar como desenvolver atividades experimentais de química no ensino básico que valorizem a participação efetiva dos alunos. Pois, entendemos que para o desenvolvimento das potencialidades dos alunos estes devem participar de todas as fases da experimentação, desde o planejamento, passando pela execução até a discussão dos resultados. Na literatura estudada, não foram encontradas teorias da aprendizagem humana que justificassem quantas e quais devem ser as etapas numa perspectiva do laboratório investigativo. Nesse trabalho, sugerimos os estudos de Kelly (1963). Segundo a teoria dos Construtos Pessoais de Kelly o homem se comporta como cientista, levantando hipóteses, teorias e as testando durante sua vida. Mais especificamente no corolário da experiência, em que Kelly afirma que quando o homem é capaz de replicar uma experiência vivida, é porque atingiu a mudança conceitual. A experiência não é um momento, mas um ciclo que ocorre em cinco fases: antecipação; investimento; encontro; validação e revisão construtiva. Esse processo constitui o Ciclo da Experiência de Kelly (CEK). Baseando-se nesses conceitos, foi elaborada uma proposta de atividade experimental que descentralizasse a responsabilidade do planejamento, execução e discussão, em que o professor e os alunos são colaboradores na resolução da problemática proposta.