Partimos da concepção e necessidade da compreensão da criança como agentes de suas próprias vidas, sujeitos singulares e multiculturais, capazes de agir no mundo como atores sociais e produtores de cultura, transformadores intencionais de seu mundo, como atores e produtores de cultura, permitindo construir seu repertório e fazer escolhas, engajando-se nas interações e brincadeiras. Para tanto, temos como objetivo central discutir criticamente as práticas letradas na Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental. Este capítulo traz como ancoragem teórica a Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural pautadas em Vygotsky, a pedagogia dos Multiletramentos a partir do New London Group e do Multiletramento Engajado de Liberali, pautadas pelos princípios de multiculturalidade e diversidade de linguagens, em que as crianças possam reconhecer-se como participantes ativos de seu processo de ensino-aprendizagem. A metodologia fundamenta-se na Pesquisa Crítica de Colaboração, pensando na possibilidade de transformação dos participantes e do contexto. Os resultados iniciais apontam para a prática dos Multiletramentos como uma combinação de discursos, multiculturalidades e multimodalidades, concebendo-o como instrumento para o desenvolvimento de múltiplas agências nas crianças.