Desde as primeiras experiências, na década de 1930, no contexto da educação formal, o cinema tem sido considerado um importante e potente recurso complementar aos conteúdos curriculares da Educação Formal (FRESQUET, 2010). Isso porque o cinema, com sua capacidade de mediar imaginação e realidade, através do uso da imagem e do som, pode proporcionar uma melhor assimilação e compreensão de conceitos vistos como demasiado abstratos e distantes da realidade da maioria dos estudantes brasileiros. Com a implantação do Novo Ensino Médio, em 2023, as possibilidades de uso do cinema e audiovisual na sala de aula, seja para criação e expressão, seja para fruição de obras audiovisuais pelos discentes, intensifica-se nos itinerários formativos da Educação Básica. E é neste contexto que insere-se o presente trabalho. Nele relataremos uma experiência desenvolvida junto a estudantes de uma Escola da Rede Estadual de Ensino envolvendo a realização de uma sessão comentada com o longa de ficção documental Matriarcas da Serra, de 2023, protagonizado tanto à frente, quanto atrás das câmeras por uma equipe, elenco e colaboradores formado majoritariamente por mulheres, negras, moradoras das periferias da capital mineira. A ideia com isso é discutir, a partir dessa experiência, sobre o conceito de aprendizagem significativa formulado por Paul Ausubel (1963) e a pedagogia decolonial de Catherine Walsh (2007) a partir do uso do cinema na sala de aula.