Este relato de experiência visa analisar as inter-relações entre a comunidade LGBTQIAP+, como presentes e futuros docentes de sociologia, e a estrutura da escola enquanto instituição, tendo como base as experiências adquiridas ao atuar no ensino médio das escolas estaduais “Effie Rolfs” e “Dr. Raimundo Alves Torres” no município de Viçosa (MG), em colaboração com o curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Viçosa, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Para a literatura científica, utilizaram-se referências teóricas relativas à compreensão da escola como configuração institucional pertencente aos dispositivos que fazem parte dos aparelhos ideológicos do Estado dito por Althusser; como um instrumento estruturante de violência simbólica na percepção bourdieusiana; e na sua função constitucional vinculada ao dever e prática social. A partir dessas concepções, observou-se que esse aparelho educacional está sob o domínio de classes conservadoras que reafirmam um perfil de cidadão e valores específicos, assumindo uma postura, que reverbera na tese do segundo sexo de Beauvoir, de silenciamento e exclusão das pautas LGBTQIAP+ enquanto uma anti-imagem, primeiro definida consoante aos ideais conservadores, e, em seguida a contraponto desses princípios. Assim, aponta-se a necessidade de políticas de afirmação para corpos LGBTQIAP+ para as instituições educacionais, a fim de garantir a função da escola de abranger todos os processos formativos que se desenvolvem dentro e fora de seu espaço, contemplando perspectivas receosas de docentes de sociologia LGBTQIAP+ em formação, diante de instituições educacionais estagnadas e amparadas em denegação às pautas e vivências desta comunidade.