O mundo está posto, os “cistemas” hegemônicos existem e não há como escapar das constantes capturas normativas. Por mais que este possa ser - e é - um cenário caótico, persistir na constante - e ininterrupta - resistência acaba por criar um cenário onde lutamos, incansavelmente, contra um “algo” que não podemos perceber de maneira concreta - por mais que sintamos seus reflexos -, mantendo-nos constantemente ocupades nesta tarefa. Há uma boa vida fora desta luta? O que fazemos com aquilo que temos de melhor? O convite feito por Donna Haraway (2016) e Marlene Wayar (2021) é justamente para mudarmos a retórica, revermos nossas práticas e nos atermos àquilo que, de fato, nos possibilita o viver e morrer bem. O presente trabalho relata as etapas de concepção, realização e desdobramentos do minicurso Rachando as estruturas: a escrita como possibilidade de vazamentos, realizado durante o III Seminário Internacional de História e Educação, ocorrido, em formato remoto, no dia 13 de junho de 2023. O minicurso usou como argumento a tese de Gayatri Spivak (2010), acerca da subalternização epistemológica, e, como forma de escapar de tal lógica, apresentou os quase-conceitos de ficção especulativa, desenvolvidos tanto por Donna Haraway (2016) quanto por Jota Mombaça (2021), e a escrevivência, de Conceição Evaristo (2007), como possibilidades (con)fabulação e insubmissão. Instigades pelo debate, es participantes foram convidades a produzirem fábulas que, posteriormente, foram compartilhadas entre si. Como resultado, es participantes, profissionais da educação, perceberam na escrita uma maneira para criar outros discursos em torno da alteridade.