As grandes cidades brasileiras têm apresentado problemas vinculados a ocupação territorial tanto em seus centros urbanos quanto em áreas periféricas. Para além dessas questões prementes, existem outras demandas que envolvem aspectos culturais e sociais cujo impacto poderá ser sentido a longo prazo. Um desses aspectos refere-se aos espaços livres públicos que conformam o conjunto composto pelos parques, praças, calçadas, vias exclusivas de pedestres e os espaços ajardinados. O objetivo principal do texto é demonstrar que um aprofundamento na pesquisa sobre as origens e o desenvolvimento dos espaços livres públicos tais como as praças de bairros, podem trazer à tona uma ampliação do significado e da relevância das praças como fatos urbanos (Rossi, 2001) e não apenas como vazios urbanos. O objeto de estudo selecionado é a Praça Santa Cruz, no distrito de Santo Amaro em São Paulo. A pesquisa qualitativa de característica descritiva desenvolveu um estudo de caso único e fundamentou-se em uma investigação de base historiográfica que abrange o período entre o início do século XX até os dias atuais. A partir dos dados levantados foi possível analisar a configuração formal da Praça Santa Cruz e sua relevância histórica vinculada com o desenvolvimento do sistema ferroviário de Santo Amaro.